Denver declara “estado de emergência” após chegada massiva de imigrantes

Por Agência de Notícias
16/12/2022 12:04 Atualizado: 16/12/2022 12:04

A cidade de Denver, nos Estados Unidos, declarou “estado de emergência” nesta quinta-feira em resposta à “crise humanitária” provocada pela chegada de centenas de imigrantes nos últimos dias, alguns de El Paso (Texas) e muitos deles venezuelanos.

O prefeito, Michael Hancock, indicou que a situação começou a tomar forma “nos últimos meses”, mas que desde a semana passada chegam a Denver de 50 a 100 imigrantes por dia, de vários países latino-americanos, a partir da fronteira com o México.

Os imigrantes já haviam colapsado a cidade de El Paso esta semana, de onde se deslocam para outros estados.

O prefeito de Denver explicou que os abrigos de emergência não têm mais capacidade para acomodar novos imigrantes.

“Essas chegadas massivas de imigrantes, a natureza imprevista de sua chegada e nossos desafios atuais de espaço e pessoal colocaram uma pressão imensa sobre os recursos da cidade, a ponto de chegarem a um ponto de ruptura neste momento”, disse Hancock ao anunciar a medida.

“O que não quero é uma crise humanitária local de imigrantes sem abrigo em nossas mãos por falta de recursos”, enfatizou.

A crise eclodiu no início da semana passada, quando os ônibus pararam em frente à instituição de caridade Denver Rescue Mission, que ajuda moradores de rua no centro da cidade, deixando ali cerca de 100 imigrantes, a maioria deles da Venezuela.

Denver abriu dois abrigos de emergência para acolhê-los, assumindo que dentro de alguns dias os imigrantes encontrariam um lugar para ficar, seja com a família ou amigos.

Porém, aconteceu o contrário e chegaram mais imigrantes, alguns de El Paso, em viagens organizadas e coordenadas por eles mesmos.

Mesmo a ajuda fornecida por igrejas e organizações comunitárias mostrou-se insuficiente. Por esse motivo, Hancock decidiu declarar Denver “em emergência”, uma medida que agiliza o acesso a recursos locais, estaduais e federais (incluindo verbas para alojamento), além de ativar um “centro de reunificação” para imigrantes contatarem seus familiares.

O prefeito pediu ajuda ao governo federal, lembrando que Denver já gastou em menos de duas semanas cerca de US$ 800 mil em alojamento, alimentação e serviços de saúde para cerca de 600 imigrantes.

Um venezuelano, que preferiu não se identificar devido à sua situação imigratória irregular, disse à EFE que havia chegado a Denver com seus três filhos “há quatro dias”.

“Aqui me dariam um emprego”, declarou, sem aparentemente, terem lhe explicado a documentação que precisa ter para obter emprego legalmente.

O homem e sua família estão temporariamente em uma igreja, mas ele disse que precisam ir agora, ainda que seus pedidos nas redes sociais para encontrar acomodação ou trabalho tenham ficado sem resposta.

“Se alguém me der a oportunidade, começo até a remover a neve”, comentou.

Por sua vez, as cidades de Colorado Springs e Aurora, a segunda e a terceira mais populosas do Colorado, indicaram que não receberão imigrantes.

Já Fort Collins, principal cidade do norte do estado, anunciou na semana passada que ativaria um abrigo para imigrantes indocumentados, mas isso não aconteceu até agora.

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