Biden volta à campanha e se mantém firme na candidatura: “Não vou a lugar nenhum”

Por Agência de Notícias
13/07/2024 15:25 Atualizado: 13/07/2024 15:25

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, retomou nesta sexta-feira (12) sua campanha com uma visita a Michigan, um dos estados-chave nos quais o Partido Democrata decidiu concentrar seus esforços para derrotar o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano, nas eleições de novembro.

Em um comício, Biden garantiu aos eleitores que não vai desistir da disputa, apesar das pressões que vem recebendo de correligionários para que deixe a corrida presidencial.

“Eu sou o indicado (pelo Partido Democrata para concorrer à presidência) e ninguém, nem a imprensa, nem analistas políticos ou os doadores decidiram. Foram vocês, os eleitores”, afirmou o presidente americano na cidade de Detroit.

“Não vou a lugar nenhum”, acrescentou, em meio a uma crise política que se acentuou após seu desempenho desastroso no primeiro debate com Trump, em 27 de junho, sobre o pleito de novembro.

Mais de 15 congressistas democratas pediram publicamente que Biden se retire da disputa. O mesmo apelo foi feito por dezenas de analistas políticos e personalidades da imprensa e do entretenimento nos EUA.

O presidente americano, no entanto, não deu nenhuma indicação de que pretende mudar de ideia e está empenhado em defender sua candidatura, por alegar que é o único que pode derrotar Trump nas urnas.

Após o “hiato” no tema eleições devido à cúpula da OTAN realizada de terça a quinta-feira em Washington, Biden voltou seu foco para a corrida presidencial. Antes do comício em Detroit, ele teve um encontro com eleitores na pequena cidade de Northville, de 6 mil habitantes.

“Estou concorrendo para terminar o trabalho. Há coisas que ainda precisam ser feitas. Sei que tenho apenas 41 anos”, brincou Biden, que tem 81.

As críticas que envolvem dúvidas sobre se ele terá vigor para liderar o país por mais quatro anos e seu fraco desempenho no debate de 27 de junho vêm marcando a campanha, e não é a primeira vez que Biden recorre ao humor em uma tentativa de minimizá-las.

“Durante muito tempo, eu fui muito jovem. Fui o segundo homem mais jovem a ser eleito para o Senado. E agora estou velho demais. Mas sei que, com sorte, com a idade vem um pouco de sabedoria”, acrescentou o candidato democrata, que é apenas três anos e meio mais velho do que Trump.

“Eu prometo a vocês que estou bem”, enfatizou.

Biden lembrou que em 2020 se candidatou à presidência com a ideia de que era hora de recuperar a ética na política, e na sexta-feira ressaltou que Trump não pode ser considerado uma alternativa.

“Este é um momento importante (…) A decência importa”, disse, além de alegar que nos três anos e meio em que está na presidência fez “muito progresso”.

Esse otimismo contrasta com os crescentes apelos para que ele desista da candidatura, feitos tanto por políticos democratas como por figuras proeminentes em Hollywood, como o ator George Clooney, na última quarta-feira, e a atriz Ashley Judd, nesta sexta-feira.

De acordo com o memorando interno de sua campanha, ao qual a Agência EFE teve acesso, o chamado “caminho para 270” (em referência ao número mínimo de votos de delegados do Colégio Eleitoral que um candidato precisa para vencer a eleição presidencial americana) é “mais claro” com vitórias nos estados de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, que compõem o chamado “muro azul” democrata.

Uma reportagem da rede de televisão NBC News que foi ao ar nesta sexta-feira destaca, no entanto, que vários conselheiros muito próximos de Biden acreditam que não há mais uma maneira viável para ele vencer Trump e que ele deveria “se aposentar”, pois “nunca será capaz de se recuperar” de seu fraco desempenho no debate e das crescentes dúvidas sobre sua capacidade de governar por mais quatro anos.

Já o jornal The New York Times informou que os principais doadores democratas disseram ao maior comitê de ação política partidária de Biden, o Future Forward, que sua promessa de destinar US$ 90 milhões será suspensa se ele seguir em frente na disputa.

Trump continua à frente nas pesquisas e verá sua indicação como candidato pelo Partido Republicano confirmada na próxima semana na convenção da legenda em Milwaukee.