Biden promete restaurar direito ao aborto se recuperar controle do Congresso

Por Agência de Notícias
09/03/2024 01:21 Atualizado: 09/03/2024 01:21

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta quinta-feira que, se recuperar o controle do Congresso nas eleições de novembro, restabelecerá a proteção ao direito ao aborto no país.

“Se os americanos me enviarem um Congresso que apoie o direito de decidir, prometo a vocês: restabelecerei ‘Roe v. Wade’ como lei”, disse Biden em seu discurso sobre o Estado da União, em referência à decisão judicial de 1973 que protegeu a interrupção voluntária da gravidez.

Nas eleições de meio de mandato de novembro de 2022, os democratas perderam o controle da Câmara dos Representantes, mas mantiveram o do Senado.

Em junho do mesmo ano, a Suprema Corte, de maioria conservadora, anulou o caso ‘Roe v. Wade’, eliminando as proteções federais ao aborto e deixando a política a cargo de cada estado. De acordo com a estimativa da ONG pró-aborto Planned Parenthood, 21 dos 50 estados do país “e contando” agora têm proibições totais ou parciais do aborto.

“Os Estados Unidos não podem retroceder. Estou aqui esta noite para mostrar o caminho a seguir, porque sei o quanto já avançamos”, afirmou Biden.

O presidente americano advertiu sobre o impacto que isso pode ter sobre as mulheres neste ano, quando as eleições presidenciais e para o Congresso serão realizadas novamente.

“Aqueles que se gabam da derrubada de Roe v. Wade não têm ideia do poder das mulheres nos Estados Unidos, mas descobriram isso quando a liberdade reprodutiva estava na cédula e venceram em 2022 e descobrirão novamente em 2024”, disse ele às duas casas do Congresso.

Entre os convidados da primeira-dama Jill Biden para assistir ao discurso ao vivo estavam Kate Fox, a quem foi negado um aborto pela Suprema Corte do Texas, e Latorya Beasley, que teve o tratamento de fertilização in vitro cancelado no Alabama.

“Kate e seu marido tiveram que sair de seu estado para conseguir o atendimento de que ela precisava. O que a família dela passou não deveria acontecer, mas está acontecendo com muitas outras. Há estados que proíbem abortos, criminalizam médicos e forçam sobreviventes de estupro e incesto a deixar seus estados também”, disse Biden.

O discurso sobre o Estado da União é tradicionalmente o mais importante do ano e, nesta ocasião, tem uma relevância especial meses antes das eleições de novembro, quando, salvo uma grande surpresa, Biden enfrentará novamente o ex-presidente Donald Trump, como em 2020.