O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira (19) que não se arrepende de como lidou com documentos confidenciais, pouco mais de uma semana depois de o Departamento de Justiça ter nomeado um procurador especial para investigar a situação.
“Acho que não vão encontrar nada, não me arrependo, estou seguindo o que os advogados querem que eu faça”, disse o presidente a repórteres durante uma visita à Califórnia, acrescentando que espera que tudo se resolva “o mais breve possível.”
Biden está no centro das atenções depois que se soube que guardava irregularmente uma série de papéis sigilosos em sua casa e em seu escritório quando era vice-presidente (2009-2017) de Barack Obama.
No último sábado, a Casa Branca confirmou ter encontrado um terceiro lote de documentos na casa do presidente em Delaware, em uma busca feita por seu advogado, Richard Sauber.
Dias antes, o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, nomeou um procurador especial para analisar todos os papéis confidenciais que foram encontrados nas casas e escritórios de Biden.
A situação lembra os papéis sigilosos encontrados na mansão do ex-presidente Donald Trump.
Trump (2017-2021) está sendo investigado pelo Departamento de Justiça por guardar documentos sigilosos em sua residência em Mar-a-Lago (Flórida), descobertos após uma operação de busca do FBI.
Nem Trump nem Biden deveriam ter em sua posse documentos sigilosos de seus respectivos governos, pois a lei exige que todos os registros presidenciais sejam entregues ao Arquivo Nacional, mas a posse desses documentos em si não é crime, se não for demonstrado que estavam conscientemente escondidos.
A oposição republicana no Congresso aproveitou a situação para criticar o atual governo e pediu em carta endereçada a Garland que entregasse uma série de documentos relacionados à investigação de Biden antes de 27 de janeiro e destacam o fato de que os documentos foram encontrados pouco antes das eleições de novembro do ano passado.
Embora o caso não tenha sido divulgado até esta semana, foi em 4 de novembro, quatro dias antes das eleições de meio de mandato, que o gabinete do inspetor-geral do Arquivo Nacional entrou em contato com o Departamento de Justiça e o informou que a Casa Branca havia encontrado documentos confidenciais.
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