Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Um aumento repentino de avistamentos de drones não identificados perto de locais sensíveis do governo está enervando moradores e legisladores.
A Administração Federal de Aviação (FAA) anunciou em 17 de dezembro que está proibindo voos de drones sobre 22 locais de infraestrutura crítica em resposta aos incidentes, embora a Casa Branca afirme que não há ameaça crível à segurança pública.
A preocupação ocorre depois de mais de um mês de relatos de avistamentos de drones no espaço aéreo ou próximo a aeroportos e instalações militares na Califórnia, Maryland, Massachusetts, Nova Jersey, Nova Iorque, Ohio, Pensilvânia, Utah e Virgínia, bem como em bases no exterior na Alemanha e no Reino Unido.
No total, o FBI disse que recebeu mais de 5.000 relatos de avistamentos de drones no último mês, dos quais a agência disse que cerca de 100 justificavam uma investigação mais aprofundada.
Abaixo está uma linha do tempo dos avistamentos confirmados mais notáveis.
16 de dezembro – Base da Força Aérea de Hill, Utah
Vários avistamentos de drones foram confirmados na Base da Força Aérea de Hill, em Utah, em 16 de dezembro. Um drone voa perto do armazenamento de combustível na instalação.
Um porta-voz da base disse à mídia local que a base está tomando medidas para proteger o pessoal, os equipamentos e a infraestrutura, mas que os incidentes não afetaram a operação.
A base abriga o Complexo Logístico Aéreo de Ogden, que supervisiona o gerenciamento de uma ampla gama de aeronaves, mísseis e softwares para as forças armadas. Ela também abriga várias dezenas de aviões de combate F-35 avançados.
Os encontros com drones nesse local começaram em 2022 e continuam intermitentemente até o presente.
13 a 17 de dezembro – Base da Força Aérea de Wright-Patterson, Ohio
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse aos repórteres que os drones penetraram no espaço aéreo restrito em torno de vários complexos militares, incluindo a Base da Força Aérea de Wright-Patterson, em Ohio, que abriga os centros de inteligência nacional das Forças Aéreas e Espaciais.
O número de drones, seu tipo e formação flutuaram de 13 a 17 de dezembro, disse um porta-voz da base à Stars and Stripes, uma publicação gerenciada pelo Departamento de Defesa.
Nenhum dano ou ameaça é relatado, mas pelo menos um incidente força a instalação a fechar seus campos de aviação por quatro horas.
14 de dezembro – Aeroporto Internacional de Logan, Massachusetts
A polícia local de Boston prende dois homens por supostamente operarem um drone “perigosamente perto” do Aeroporto Internacional Logan.
A polícia usou a tecnologia de monitoramento de drones para rastrear a posição dos operadores em uma ilha próxima. Lá, eles confrontaram três indivíduos que fugiram a pé. Dois dos três foram levados sob custódia e acusados de invasão de propriedade, enquanto um terceiro fugiu de barco e continua foragido.
13 de dezembro – Aeroporto Internacional de Stewart, Nova York
O Aeroporto Internacional de Stewart é forçado a fechar suas pistas por uma hora enquanto um drone não identificado voa ao redor da instalação.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, pede que o Congresso aprove um projeto de lei que daria às autoridades estaduais a autoridade legal para abater drones, dizendo que um “sistema de detecção de drones de última geração” emprestado pelo governo federal não é suficiente.
9 a 15 de dezembro – Camp Pendleton, Califórnia
Os drones não identificados violaram o espaço aéreo restrito seis vezes em um período de seis dias em Camp Pendleton, uma das maiores bases do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e um centro de suas atividades de treinamento.
Um porta-voz da base disse ao The Epoch Times que não havia ameaça às operações na instalação, sem entrar em detalhes.
“Considerações sobre a proteção da força restringem nossa capacidade de fornecer mais informações para garantir a segurança operacional da instalação e a segurança e o bem-estar da população da base e das áreas adjacentes”, disse o porta-voz.
3 de dezembro – Base Aérea de Ramstein, Alemanha
Drones não autorizados sobrevoam a extensa Base Aérea de Ramstein, no oeste da Alemanha. A instalação é um importante centro para os militares dos EUA e abriga o comando central da OTAN para todas as forças aéreas e espaciais aliadas.
A polícia local disse à Stars and Stripes que os drones já haviam sido rastreados sobrevoando as instalações de uma grande multinacional do setor químico, e fontes anônimas disseram que os drones não eram do tipo associado ao uso por hobby.
30 de novembro – Base da Força Espacial de Vandenberg, Califórnia
O chinês Yinpiao Zhou supostamente voa com um drone não registrado sobre a Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.
Zhou supostamente usa o drone para fotografar as plataformas de foguetes da SpaceX no mesmo dia em que a empresa está lançando uma carga útil sensível de reconhecimento nacional a partir da base.
Em 6 de dezembro, agentes federais prenderam Zhou no Aeroporto Internacional de São Francisco quando ele se preparava para embarcar em um voo com destino à China, de acordo com a Procuradoria dos EUA em Los Angeles.
22 de novembro – Trump National Golf Club, Nova Jersey
A FAA fecha o espaço aéreo sobre o Trump National Golf Club Bedminster após relatos de vários drones e uma aeronave de asa fixa voando ao longo das 70 milhas do rio Raritan, nos condados de Somerset e Middlesex, em Nova Jersey.
O presidente eleito Donald Trump, que é proprietário do campo de golfe e mantém uma casa nas proximidades de Bedminster, disse mais tarde que havia cancelado uma viagem à área devido à presença contínua dos drones.
Trump acrescentou em uma postagem em sua plataforma de rede social Truth que os drones devem ser abatidos se o governo não souber de onde eles estão vindo.
20 de novembro – RAF Lakenheath, Reino Unido
Os drones são rastreados em três bases militares distintas no Reino Unido: Royal Air Force Lakenheath, Mildenhall, Feltwell e Fairford.
Lakenheath serve como a única ala de caças das Forças Aéreas dos EUA na Europa com aeronaves F-35 de quinta geração.
Mildenhall serve como base para a 100ª Ala de Reabastecimento Aéreo, enquanto Feltwell funciona como um centro de moradias, escolas e outros serviços essenciais.
Segundo informações, sessenta soldados britânicos foram convocados para ajudar as forças dos EUA a investigar o incidente e determinar quem é o responsável por pilotar os drones.
13 de novembro – Picatinny Arsenal, Nova Jersey
Drones violaram o espaço aéreo do Picatinny Arsenal pelo menos 11 vezes em novembro, segundo um comandante local. A instalação funciona como o principal centro de pesquisa e desenvolvimento de armas e munições do Exército dos EUA.
Os avistamentos confirmados significam que, em 11 ocasiões, um policial ou guarda de segurança testemunhou um drone após receber uma denúncia de um, de acordo com o comandante da guarnição da instalação. Os policiais locais não puderam confirmar outros sete relatos.
“Embora a origem e a causa dessas aeronaves operando em nossa área permaneçam desconhecidas, podemos confirmar que elas não são resultado de nenhuma atividade relacionada ao Picatinny Arsenal”, disse o tenente-coronel Craig Bonham em um comunicado compartilhado com o The Epoch Times.
20 de agosto – Air Force Plant 42, Califórnia
Oficiais militares confirmaram ao site de notícias on-line The War Zone que vários drones não identificados estavam sobrevoando a Planta 42, perto de Palmdale, Califórnia.
A planta 42 é uma instalação de fabricação de aeronaves classificada, de propriedade da Força Aérea dos EUA e também usada pela NASA.
O número de objetos não identificados avistados flutuou e “variou em tamanho e configuração”, de acordo com uma declaração feita à agência por um assessor de imprensa da Base da Força Aérea de Edwards, da qual a instalação serve como satélite.
2023 – Base da Força Aérea de Langley, Virgínia
Um enxame não identificado de drones teria voado no espaço aéreo restrito em torno da Base da Força Aérea de Langley durante várias noites.
Os drones voam em formação e incluem drones de asa fixa e quadricópteros. Eles também parecem operar em torno de outras instalações militares dos EUA na Virgínia, incluindo o maior porto naval do mundo – a Estação Naval de Norfolk – e outra instalação que serve de sede para a equipe de elite SEAL Team Six.
Fengyun Shi, um estudante chinês da Universidade de Minnesota, foi preso mais tarde antes de embarcar em um voo para a China. Shi se declarou culpado de voar com seu drone sobre uma instalação naval secreta para fotografar embarcações militares dos EUA, de acordo com a mídia local.
2020 – Colorado e Nebraska
Um enxame de grandes drones é avistado nos céus da zona rural do Colorado e de Nebraska por várias semanas, perto do local de armazenamento de alguns dos mísseis nucleares Minuteman III do país.
As autoridades locais acabaram dizendo que nenhuma lei estava sendo violada e que os pilotos de drones não são obrigados a apresentar planos de voo, a menos que estejam em espaço aéreo controlado, como perto de um aeroporto.
Da mesma forma, o FBI, a FAA e as autoridades locais nunca identificam publicamente quem estava operando os drones e sugerem que a maioria dos avistamentos pode ser atribuída a drones de hobby e a pessoas que identificam erroneamente planetas e estrelas como aeronaves.
2020 – Base Conjunta Andrews, Maryland
Autoridades federais iniciam uma investigação sobre uma denúncia de que um drone chegou perto da aeronave do então presidente Donald Trump enquanto ele viajava de Nova Jersey para Maryland.
As autoridades federais nunca identificaram publicamente o operador do drone nem reconheceram publicamente a conclusão da investigação.
2019 – Grupo da Marinha dos EUA, Califórnia
Grupos de drones de grande porte são relatados na costa da Califórnia, perseguindo e vigiando vários navios da Marinha e da Guarda Costeira, incluindo o destróier de mísseis tecnicamente avançado USS Zumwalt.
O incidente dispara alarmes em todo o exército e desencadeia uma investigação conjunta de elementos da Marinha dos EUA, da Guarda Costeira e do FBI. Os membros da Junta de Chefes de Estado-Maior e o comandante da Frota do Pacífico são mantidos informados sobre a situação.
Nem a Casa Branca nem o Departamento de Defesa reconheceram o que os drones estavam tentando realizar ou quem os estava pilotando.
Relatórios investigativos publicados pelo The War Zone em 2021 e 2022, no entanto, revelaram que os registros de navios de uma das embarcações da Marinha envolvidas identificaram a origem dos drones como sendo o MV Bass Strait, um graneleiro com bandeira de Hong Kong.
Os drones representam um ponto fraco na segurança dos EUA
Embora as autoridades governamentais tenham dito que os drones não representam uma ameaça iminente à segurança pública, a falta de uma resposta levantou preocupações de que os Estados Unidos não estão preparados para impedir o uso de drones para espionagem ou em caso de ataques às suas bases militares.
O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, testemunhou em 15 de dezembro que o governo federal não tem autoridade legal para acionar drones que não estejam dentro do espaço aéreo restrito e sugeriu que as autoridades policiais locais deveriam assumir a liderança “sob supervisão federal”.
Da mesma forma, Kirby disse aos repórteres que muitos dos 5.000 relatos de avistamentos de drones na semana passada foram atribuídos a amadores, drones comerciais e pessoas que identificaram erroneamente estrelas como aeronaves.
“Se tivéssemos informações, de inteligência ou não, que nos dissessem que havia uma ameaça à segurança nacional representada por essa atividade de drones, eu diria isso”, disse Kirby.
O presidente do Comitê de Assuntos Externos da Câmara, no entanto, alertou que alguns drones que foram vistos voando perto de instalações militares podem ser “adversários” e utilizados pelo Partido Comunista Chinês (PCCh).
“Precisamos identificar quem está por trás desses drones”, disse o deputado Michael McCaul (R-Texas) aos repórteres em 17 de dezembro.
“Minha opinião, com base em minha experiência, é que aqueles que estão sobre nossas instalações militares são adversários e muito provavelmente vêm da República Popular da China”.
