Ataque cibernético atinge fornecedor de microchips de defesa dos EUA, interrompendo operações

Uma “equipe não autorizada” interrompeu as operações da Microchip Technology, disse a empresa em um documento.

Por Jack Phillips
22/08/2024 20:13 Atualizado: 22/08/2024 20:13
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

A Microchip Technology, fabricante de chips com sede nos EUA, disse que foi alvo de um incidente de segurança cibernética que comprometeu “certos servidores e algumas operações de negócios”, de acordo com um registro apresentado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.

A Microchip Technology fornece microchips para os setores de defesa dos EUA, inclusive para sistemas de defesa antimísseis e de ataque de precisão, segundo seu site diz. Ela também fornece chips usados em processamento de imagens, centros de controle, sistemas de radar e outros sistemas.

O documento diz que uma “equipe não autorizada” em 17 de agosto “interrompeu o uso de determinados servidores e algumas operações comerciais da empresa”, acrescentando que ela tomou “medidas adicionais para resolver o incidente”. A empresa não revelou a identidade da equipe que supostamente acessou seus sistemas.

Isso incluiu “isolar os sistemas afetados, desligar determinados sistemas e iniciar uma investigação com a ajuda de consultores externos de segurança cibernética”, disse a empresa.

O incidente de segurança cibernética afetou suas instalações de fabricação, que agora estão “operando em níveis abaixo do normal”, e está afetando sua capacidade de atender aos pedidos, disse a empresa.

“A empresa está trabalhando diligentemente para colocar as partes afetadas de seus sistemas de TI novamente on-line, restaurar as operações normais de negócios e mitigar o impacto do incidente”, afirmou o documento.

Não está claro qual foi a natureza do incidente. Nenhuma operação de ransomware ou grupo de hackers reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

Também não está claro se algum dado sensível foi comprometido no ataque. A empresa disse que o escopo completo, a natureza e as consequências do incidente ainda não eram conhecidos e que ela não determinou se o distúrbio provavelmente afetaria materialmente sua condição financeira.

Sediada em Chandler, Arizona, a Microchip Technology afirma que tem 123.000 clientes em vários setores, incluindo os mercados automotivo, de consumo, aeroespacial, de defesa, de comunicações e industrial.

A empresa, cujas ações caíram cerca de 2% em negociações estendidas, tem enfrentado a desaceleração dos pedidos de chips à medida que os clientes trabalham com o excesso de estoque acumulado durante a pandemia da COVID-19.

Em janeiro, o governo Biden concedeu à empresa US$162 milhões para impulsionar os setores de defesa, aeroespacial e automotivo dos Estados Unidos, sinalizando a importância da empresa para o setor militar.

A gigante dos microchips Advanced Micro Devices, mais conhecida como AMD, também disse no início deste ano que estava investigando as alegações de que seus dados foram roubados em um hack.

Há cerca de dois meses, a GlobalWafers Co., fabricante de peças de chips sediada em Taiwan, informou aos meios de comunicação locais que foi atingida por um ataque cibernético que também afetou algumas de suas operações. Em 2022, a filial japonesa da empresa foi alvo do grupo de ransomware Pandora.

Também houve ataques direcionados a fabricantes de chips TSMC e Nexperia no último ano ou mais. E, notavelmente, houve um incidente de ransomware envolvendo a Nvidia em 2022.

O incidente envolvendo a Microchip Technology ocorre em meio a tensões nos mercados de microchips da China e dos EUA. Desde 2022, os Estados Unidos proibiram a exportação de chips avançados e equipamentos de fabricação para a China, enquanto o regime chinês afirmou que está eliminando gradualmente os chips fabricados pela AMD e pela Intel para seus sistemas governamentais.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.