Agências governamentais não identificadas participaram da supressão de conteúdo do Twitter: arquivos do Twitter

“Convidei o FBI e acredito que a CIA também participará virtualmente”, escreveu Stacia Cardille, ex-advogada do Twitter, em um e-mail para Jim Baker sobre uma conferência a respeito de operações de informação.

Por Allen Zhong
26/12/2022 17:39 Atualizado: 26/12/2022 17:40

Agências governamentais não identificadas dos EUA estiveram envolvidas na censura de conteúdo junto com a Twitter Inc. na rede social da empresa. O jornalista Matt Taibbi relata o caso na mais nova publicação dos arquivos do Twitter.

Os arquivos, principalmente comunicações internas entre executivos e funcionários do Twitter, mostram que estas agências não especificadas trabalhavam junto ao Twitter antes de Elon Musk comprar a empresa.

As agências eram geralmente chamadas de “outras agências governamentais” ou OGA, na sigla em inglês, dentro do Twitter.

Em um e-mail de 29 de junho de 2020, o oficial do escritório de campo do FBI em São Francisco, Elvis Chan, perguntou aos executivos do Twitter se ele poderia convidar uma “OGA” para participar de um evento que estava agendado.

“Eu queria queria consultar para ver se poderia encaminhar este convite para uma OGA?” ele escreveu.

O termo “Briefing com OGA” também pode ser visto com frequência na agenda de reuniões entre o Twitter e a Força-Tarefa para Influência Estrangeira do FBI, ou FITF.

Estes encontros estavam classificados sob o rótulo “Status da Rússia” no calendário da empresa.

Não há qualquer indicação sobre a que agências “OGA” se refere, mas Taibbi afirmou que isso inclui a Agência Central de Inteligência dos EUA, a CIA, citando várias pessoas familiarizadas com esta organização.

O Epoch Times procurou a CIA para comentários.

Capturas de tela de e-mails compartilhadas por Taibbi mostram que várias agências governamentais, incluindo o FBI e a CIA, participaram de reuniões com o Twitter.

“Convidei o FBI e acredito que a CIA também participará virtualmente”, escreveu Stacia Cardille, ex-advogada do Twitter, em um e-mail para Jim Baker sobre uma conferência a respeito de operações de informação.

Baker era conselheiro geral do FBI, um cargo de alto nível que lida com orientações jurídicas, e uma figura-chave na investigação Trump-Rússia.

Esforços atingiram seu auge antes da eleição de 2020

O Twitter foi sobrecarregado por solicitações de várias agências, principalmente coordenadas pela Força-Tarefa para Influência Estrangeira do FBI pelo escritório de campo do FBI em São Francisco antes da eleição americana de 2020, segundo Taibbi.

Ele escreveu que “e-mail após e-mail veio do escritório de São Francisco antes da eleição, muitas vezes incluindo com um arquivo do Excel anexo”. “Havia tantos pedidos do governo que os funcionários do Twitter tiveram que improvisar um sistema para priorizá-los/filtrá-los.”

Em alguns casos, funcionários do Twitter consideraram postagens indicadas por agências governamentais para revisão como legítimas.

“Nas minhas verificações, não consegui encontrar nenhum indicador que sugerisse que a conta [omitido] seja russa. […] [omitido] não tem indicadores para sugerir que seja uma fachada russa”, disse um analista.

“Posso fazer um brainstorming com [omitido] e ver se podemos nos aprofundar ainda mais e tentar encontrar uma conexão mais forte”, acrescentou o analista.

Em outro caso, Yoel Roth, ex-diretor de confiança e segurança demitido do Twitter, concluiu que algumas contas pró-Maduro da Venezuela não estavam conectadas à Glavset, a Agência de Pesquisa da Internet da Rússia, também abreviada como IRA.

“Essas contas eram de usuários com volume extremamente alto, geralmente usando automação (de uma forma bastante incomum em muitas outras atividades da IRA). Temos muita confiança de que não estão ligadas à IRA ou à atividade russa de qualquer forma”, escreveu Roth.

Entre para nosso canal do Telegram

Assista também: