Hackers iranianos enviaram e-mails em julho à campanha do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos com material roubado da equipe do candidato pelo Partido Republicano e ex-presidente Donald Trump, informou o FBI nesta quarta-feira (18).
Em comunicado, o FBI disse que os e-mails não foram solicitados e que não há informações que indiquem que a campanha democrata, então liderada pelo atual presidente Joe Biden, e agora com a vice Kamala Harris como candidata, tenha respondido ao recebimento do material.
De acordo com os agentes, os hackers continuaram seus esforços desde junho para enviar material roubado e privado relacionado à campanha de Trump para a imprensa dos EUA.
O FBI ressaltou que rastreou essa atividade, entrou em contato com as vítimas e continuará investigando e reunindo informações para perseguir e interromper os responsáveis por essas ameaças.
Essa atividade maliciosa, segundo a nota, é o exemplo mais recente das tentativas do Irã de semear a discórdia e minar a confiança no processo eleitoral dos EUA, que realizará uma eleição presidencial em 5 de novembro.
“Os agentes estrangeiros estão aumentando suas atividades de influência eleitoral à medida que nos aproximamos de novembro. Em particular, a Rússia, o Irã e a China”, diz o texto.
O FBI advertiu que tais tentativas representam uma ameaça direta aos Estados Unidos “e não serão toleradas”.
A campanha de Trump disse em um comunicado que esses acontecimentos são “prova de que os iranianos estão interferindo ativamente na eleição para ajudar Kamala Harris e Joe Biden” a impedir o retorno ao poder do político republicano, que “restabelecerá suas duras sanções” contra o país asiático.
A porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, exigiu que os democratas “revelem se usaram o material hackeado que lhes foi dado pelos iranianos para prejudicar” seu rival.
Em agosto, as agências de inteligência dos EUA já haviam denunciado que o Irã havia aumentado suas tentativas de intervir nas eleições presidenciais do país.