Setor Agropecuário segura aumento dos preços ao consumidor

Redução nos preços de alimentos alivia impacto da inflação em meio a aumentos nos setores de educação, transporte e habitação.

Por Matheus de Andrade
03/08/2024 12:33 Atualizado: 03/08/2024 12:33

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na quinta-feira (1°) registrou uma alta de 0,54% na quarta quadrissemana de julho de 2024, acumulando um aumento de 4,12% nos últimos 12 meses. Apesar dessa elevação, a pressão inflacionária foi contida em parte devido ao desempenho do setor agropecuário, que impediu uma alta ainda maior nos preços.

O IPC-S, calculado entre os dias 1º de julho e 31 de julho de 2024, apontou que seis das oito classes de despesa apresentaram aumento nos preços. Educação, Leitura e Recreação foi o que mais contribuiu para o resultado do índice, passando de 2,35% para 3,48%. Esse aumento foi impulsionado pelo item passagem aérea, cujo preço variou 21,20%, comparado aos 13,83% da edição anterior do índice.

O aumento nas passagens aéreas pode restringir viagens de lazer e negócios, impactando diretamente os orçamentos familiares e das empresas. As pessoas podem optar por destinos mais acessíveis ou reduzir a frequência de viagens, enquanto empresas podem enfrentar custos maiores para deslocamentos de funcionários.

Outros grupos que apresentaram aumento incluem Transportes (0,67% para 1,09%), com destaque para a gasolina, que teve alta de 2,90% ante 1,83% da quadrissemana anterior. Habitação também registrou aumento, de 0,41% para 0,61%, puxado pela tarifa de eletricidade residencial, que subiu 2,24% em relação aos 1,45% anteriores.

O aumento nos preços dos combustíveis e na eletricidade residencial pode elevar o custo de vida, influenciando desde o transporte diário até as contas domésticas. As famílias podem sentir a necessidade de ajustar seus orçamentos para acomodar esses aumentos, reduzindo despesas em outras áreas.

Despesas Diversas aumentou de 1,69% para 1,84%, impulsionado pelos serviços bancários, que subiram de 3,03% para 3,14%. Comunicação teve uma alta de -0,01% para 0,11%, com a mensalidade para TV por assinatura subindo de 0,94% para 1,39%. O Vestuário registrou uma variação de -0,22% para -0,21%, com destaque para os serviços de confecção, que passaram de 0,00% para 2,29%.

A alta nos serviços bancários pode encarecer taxas e serviços financeiros, afetando diretamente o custo das transações diárias. A comunicação e vestuário, apesar de variações menores, também podem influenciar o orçamento familiar, especialmente para aqueles que dependem desses serviços regularmente.

Contraponto agropecuário

Em contrapartida, os grupos de Alimentação e Saúde e Cuidados Pessoais apresentaram recuo nas taxas de variação. 

Alimentação caiu de -0,92% para -1,06%, com hortaliças e legumes variando de -9,35% para -11,72%.

Já o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais registrou uma queda de 0,13% para -0,01%, com artigos de higiene e cuidado pessoal caindo de -0,40% para -1,03%.

A redução nos preços de alimentos, especialmente hortaliças e legumes, pode aliviar o custo das compras semanais, beneficiando principalmente famílias de baixa renda. Produtos de saúde e higiene mais baratos ajudam a manter os cuidados pessoais acessíveis, essencial para a qualidade de vida.