De acordo com o Relatório Focus publicado pelo Banco Central na sexta-feira (29) as expectativas de inflação e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 tiveram altas. A inflação projetada subiu de 4,05% para 4,10%, enquanto o PIB é esperado crescer de 2,15% para 2,19%.
O aumento da inflação, medido pelo IPCA, afeta diretamente o poder de compra dos consumidores. Quando os preços sobem, as pessoas conseguem comprar menos com a mesma quantidade de dinheiro.
A taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Uma Selic elevada encarece o crédito, dificultando o financiamento para a compra de bens duráveis e investimentos empresariais. Isso pode limitar o consumo e a expansão dos negócios, afetando o crescimento econômico.
A taxa de câmbio, mantida em R$ 5,30 por dólar, também tem um papel significativo na economia. Uma moeda mais fraca torna os produtos importados, como eletrônicos e alguns alimentos, mais caros. Isso pode contribuir para a inflação e reduzir o poder de compra das famílias. Além disso, viagens internacionais e compras em sites estrangeiros se tornam mais caras, limitando o consumo de bens e serviços estrangeiros.
Outro dado relevante é a dívida líquida do setor público, que se manteve em 63,7% do PIB. Uma dívida alta pode limitar a capacidade do governo de realizar investimentos e oferecer serviços públicos de qualidade, como saúde e educação. Além disso, pode ser necessário aumentar impostos ou cortar gastos para equilibrar as contas públicas, o que pode impactar negativamente o bem-estar da população.
O déficit primário, que exclui os juros da dívida, foi de 0,70% do PIB, indicando que o governo gastou mais do que arrecadou. Isso pode levar a um aumento da dívida pública, exigindo ajustes fiscais futuros. Déficits elevados podem aumentar o custo de financiamento do governo, elevando os juros pagos pela dívida pública, o que pode ser repassado para o custo do crédito na economia.