Desde o início do ano, o real acumula uma desvalorização de 11% em relação ao dólar americano. Analistas apontam que uma das principais causas dessa tendência é a política monetária dos Estados Unidos.
O Federal Reserve, banco central norte-americano, tem elevado as taxas de juros em um esforço para combater a inflação. Esse movimento torna os ativos denominados em dólar mais atraentes para investidores, fortalecendo a moeda americana e pressionando outras divisas, incluindo o real.
O real brasileiro figura como a 6° moeda que mais se desvalorizou no mundo em 2024, conforme levantamento divulgado pelo Poder360. A depreciação da moeda nacional é resultado de uma combinação de fatores econômicos e políticos que têm gerado instabilidade e preocupação no mercado financeiro.
No cenário interno, a economia brasileira enfrenta desafios consideráveis. A instabilidade política e as incertezas quanto às políticas fiscais e econômicas do governo têm afetado a confiança dos investidores. A dificuldade em aprovar reformas estruturais necessárias, como a reforma tributária e a administrativa, contribui para a percepção de um ambiente econômico volátil e imprevisível.
Além disso, a política fiscal do governo tem sido alvo de críticas. O aumento dos gastos públicos sem uma contrapartida de aumento de receitas ou corte de despesas gera preocupação sobre a sustentabilidade fiscal do país. O resultado é uma pressão adicional sobre o real, à medida que investidores se tornam mais cautelosos em relação ao futuro econômico do Brasil.
A desvalorização da moeda tem impactos diretos na inflação. Com o real mais fraco, o custo de importação de bens e serviços aumenta, pressionando os preços internos. Esse efeito é particularmente sentido em setores como alimentos e combustíveis, que têm grande peso no orçamento das famílias brasileiras. A inflação elevada reduz o poder de compra dos consumidores e aumenta o custo de vida, afetando negativamente o bem-estar da população.
O impacto da desvalorização do real não se restringe ao mercado interno. Investidores estrangeiros também observam com cautela a situação econômica do Brasil. A percepção de risco aumentada pode desestimular novos investimentos, prejudicando o crescimento econômico a longo prazo. O Brasil, que depende significativamente de investimentos externos para financiar seu desenvolvimento, pode enfrentar dificuldades adicionais se a confiança dos investidores não for restaurada.