Prévia da inflação vem acima do esperado pelo mercado financeiro e Banco Central

Único grupo que apresentou queda de preços foi o de Alimentos, ajudando a segurar as taxas de inflação.

Por Matheus de Andrade
27/08/2024 15:13 Atualizado: 27/08/2024 15:13

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto publicado na terça-feira (27), conhecido como uma prévia da inflação, registrou uma variação de 0,19%, uma desaceleração em relação ao mês anterior, que apresentou alta de 0,30%. Apesar da queda, o resultado superou as expectativas do mercado financeiro (0,12%) e do Boletim Focus, que projetavam uma taxa ainda menor (0,10%).

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 4,35%, mantém-se abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,50% para 2024.

Apesar disso, ainda há preocupação com a volatilidade nos preços dos combustíveis e a possível pressão inflacionária sob o setor de alimentação que sofre atualmente com altas no preço dos insumos.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram alta em agosto. O grupo de Transportes destacou-se com a maior variação, subindo 0,83%, impulsionado principalmente pelo aumento no preço da gasolina, que subiu 3,33%. Esse grupo teve o maior impacto no índice geral, contribuindo com 0,17%. Outros combustíveis também apresentaram altas, como etanol (5,81%), gás veicular (1,31%) e óleo diesel (0,85%).

O setor de Educação também registrou um aumento de 0,75%, influenciado principalmente pelos reajustes nos cursos regulares, especialmente no ensino superior, que teve uma elevação de 1,13%, e no ensino fundamental, que subiu 0,57%.

Regionalmente, o IPCA-15 de agosto variou entre as áreas pesquisadas. Recife registrou a maior alta, de 0,50%, puxada pelo aumento de 6,01% no preço da gasolina. Em contraste, Salvador apresentou a menor variação, com uma queda de 0,11%, refletindo as reduções nos preços do tomate e da cebola.

Em contrapartida, o grupo Alimentação e Bebidas foi o único que apresentou queda (-0,80%), ajudando a conter a inflação. Esta foi a segunda redução consecutiva do grupo, impulsionada pela queda nos preços de itens como tomate (-26,59%), cenoura (-25,06%) e batata-inglesa (-13,13%). A alimentação fora do domicílio, no entanto, registrou uma leve aceleração, com alta de 0,49%, influenciada principalmente pelos aumentos nos preços de lanches e refeições.