A Petrobras anunciou na sexta-feira (22) a aprovação do pagamento de dividendos extraordinários no valor de R$ 20 bilhões aos acionistas. Dividendos são parte do lucro da empresa que é distribuída para os acionistas, ou seja, aqueles que possuem ações da companhia.
Do valor total dos dividendos extraordinários, aproximadamente R$ 7,3 bilhões ficarão com o governo federal, que é o maior acionista da Petrobras e possui 36,6% do capital da empresa, através do Tesouro Nacional, BNDES e BNDESParticipações.
O valor equivale a R$ 1,55 por cada ação ordinária (PETR3) e preferencial (PETR4) em circulação. As ações ordinárias dão direito a voto nas assembleias da empresa, enquanto as ações preferenciais têm prioridade no recebimento dos dividendos.
Do montante total, R$ 15,6 bilhões serão distribuídos como dividendos intermediários, que são pagos ao longo do ano com base nos lucros acumulados, enquanto os outros R$ 4,4 bilhões serão dividendos intercalares, que são distribuídos em intervalos entre os pagamentos principais.
A medida ocorre como parte da política de remuneração aos acionistas da companhia, que busca equilibrar a distribuição de resultados com a sustentabilidade financeira da empresa, ou seja, garantir que o pagamento aos acionistas não prejudique as finanças da companhia.
O impacto do anúncio foi imediato no mercado financeiro.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), que dão preferência no recebimento de dividendos, apresentavam valorização de 2,66%, cotadas a R$ 38,92 por volta das 12h18.
As ações ordinárias (PETR3), que conferem direito a voto nas assembleias da empresa, também subiam 3,58%, alcançando R$ 42,55 no mesmo horário.
O aumento no valor das ações reflete a reação positiva dos investidores ao anúncio do pagamento de dividendos.
O comunicado divulgado pela Petrobras destacou que a distribuição dos dividendos está alinhada com a política de remuneração aos acionistas, que prevê a possibilidade de distribuição extraordinária desde que a sustentabilidade financeira seja mantida, ou seja, sem comprometer a saúde financeira da empresa.
A Petrobras já distribuiu, em 2024, um total de R$ 64,17 bilhões em dividendos.
Contudo, a decisão de distribuir os dividendos extraordinários durante o ano não aconteceu sem debates.
Houve divergências internas na empresa e no governo federal sobre a necessidade de destinação dos recursos. Parte do governo defendia a retenção do montante da empresa para ser reutilizado na empresa pelo governo.
O ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, junto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi um dos defensores do retorno da distribuição dos lucros aos acionistas. Este argumento prevaleceu nas discussões internas no meio do ano, mas custou o cargo de Prates.