Por Alicia Marquez
Milhares de argentinos em Buenos Aires protestaram na quarta-feira contra o aumento da inflação, após um aumento de 6,7% em março, o valor mais alto dos últimos 20 anos.
O Índice de Preços ao Consumidor teve um aumento homólogo de 55,1 por cento em março, o que representou 2,8 pontos percentuais a mais que em fevereiro, segundo o que foi publicado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) em 13 de abril.
Segundo o relatório, educação (23,6%) e vestuário e calçados (10,9%) foram as categorias com maior alta em março. Foram seguidas por habitação, água e eletricidade (7,7%) e alimentação e bebidas não alcoólicas (7,2%).
#DatoINDEC
Los precios al consumidor (#IPC) subieron 6,7% en marzo de 2022 respecto de febrero y 55,1% interanual. Acumularon un alza de 16,1% en el 1° trimestre https://t.co/EKX6m9uEoj pic.twitter.com/gROwLZIVmv— INDEC Argentina (@INDECArgentina) April 13, 2022
Durante o protesto, os manifestantes exigiram aumentos salariais e de empregos, de acordo com informações da Associated Press.
“Vou ao mercado e só levo iogurte e cereais, não posso levar macarrão nem arroz. Já não tenho o suficiente para carne”, disse Mallumi Carrazco, mãe solteira de três filhos que participou do protesto.
Carrazco disse à agência que recebe 18.000 pesos argentinos (cerca de 750 reais) do “Alimentar”, um programa social para ajudar no acesso à cesta básica, mas isso não é suficiente para o mês inteiro.
No entanto, o salário mínimo para uma família de quatro pessoas é de 33.000 pesos (cerca de 1550 reais).
Mónica Sulle, líder social, disse que os números da inflação são “aterrorizantes”, porque há mais de três milhões que não poderão manter suas casas, já que seu salário não aumentou.
Com este último número de março, a Argentina continua na lista mundial dos países com maior inflação. Com base em sua taxa mensal, a Argentina ocupa o segundo lugar, depois da Rússia. A Espanha está em quinto lugar, o Chile em oitavo e o Brasil em décimo.
Nas últimas semanas, o governo de Alberto Fernández tomou medidas contra o aumento dos preços, aumentando os subsídios alimentares para pessoas vulneráveis, reduzindo os preços dos supermercados e iniciando negociações para acordos salariais entre os sindicatos.
Algumas medidas que se somam às já acordadas no programa com o FMI são: redução do déficit fiscal, restrição da emissão monetária e fortalecimento das reservas do Banco Central (BCRA), ações que contribuiriam para conter a inflação na “frente” macroeconômica.
Por sua vez, o Banco Central da Argentina (BCRA) elevou a taxa de juros da política monetária depois de conhecer os últimos dados da inflação de março passado, de acordo com um comunicado da instituição.
O BCRA decidiu aumentar a taxa de juros nominal anual das Letras de Liquidez de 28 dias (Leliq) em 250 pontos base, passando de 44,5% para 47%, o que representa uma Taxa Anual Efetiva de 58,7%.
A instituição disse que a aceleração da inflação em março foi em maior medida “o resultado de um choque internacional que afetou especialmente os preços dos alimentos e da energia, causado pela guerra na Ucrânia”. Além da “concentração de aumentos de preços de bens e serviços regulados”.
Com informações da EFE.
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