Inflação para famílias de menor poder aquisitivo ultrapassa 5%

Aumento nos preços de alimentos básicos pesa mais sobre famílias de baixa renda, enquanto energia traz alívio parcial; renda alta é pressionada por transporte e lazer.

Por Redação Epoch Times Brasil
17/12/2024 09:47 Atualizado: 17/12/2024 09:47

A inflação para as famílias de renda baixa e muito baixa já ultrapassa os 5% no acumulado dos últimos 12 meses. Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgados na segunda-feira (16) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o levantamento, as famílias de renda muito baixa acumulam uma alta de 5,05%, enquanto o segmento de renda baixa atinge 5,08%. Em contraste, a inflação para as famílias de renda alta é a menor, chegando a 4,50% no mesmo período, atingindo limite da inflação.

Alimentos e bebidas lideram alta

O grupo Alimentos e Bebidas foi o principal responsável pela inflação mais elevada entre as faixas de menor renda, dada a maior participação desses itens no orçamento dessas famílias. Produtos básicos, como arroz (15,9%), batata (28,1%) e óleo de soja (27,8%), registraram aumentos expressivos nos últimos 12 meses.

As proteínas animais também pesaram no orçamento. Carnes tiveram alta de 15,4%, enquanto o leite subiu 20,4% e o café avançou impressionantes 32,7%.

Para as famílias de renda muito baixa, o aumento no preço dos alimentos representa uma perda significativa no poder de compra.

Energia traz alívio parcial

A queda de 6,3% nas tarifas de energia elétrica em novembro trouxe um alívio para todas as faixas de renda. O recuo no grupo Habitação ajudou a conter uma pressão inflacionária ainda maior.

Mesmo assim, o alívio foi limitado. A alta de outros itens, como alimentos, continuou pesando mais no orçamento das famílias mais pobres.

Transportes pressionam renda alta

Entre as famílias de renda alta, a inflação foi impulsionada pelo grupo Transportes. O reajuste de 22,7% nas passagens aéreas teve grande impacto no índice de novembro.

Além disso, serviços de lazer e recreação também apresentaram alta, pressionando a inflação desse segmento.

Desigualdade no impacto inflacionário

A comparação entre as classes de renda mostra a desigualdade no impacto da inflação. Para as famílias de renda muito baixa, a variação acumulada é de 5,05%. Já para as de renda alta, o índice ficou em 4,50%.

No mês de novembro, as rendas mais baixas registraram uma inflação entre 0,26% e 0,32%. A renda alta, por sua vez, avançou 0,64% no mesmo período, mostrando que a inflação para a renda alta também tem acelerado, até mais que a das classes baixas.

O Ipea alerta que os grupos Alimentos e Bebidas e Habitação devem continuar sendo os principais focos de pressão inflacionária nos próximos meses, o que pode influenciar ainda mais os mais pobres.