O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou nesta terça-feira (15) que a inflação acelerou em setembro para todas as faixas de renda, afetando mais as famílias de renda mais baixa impulsionada pelos aumentos nos preços dos alimentos e da energia elétrica.
De acordo com o relatório, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,44% em setembro, com variações entre as faixas de renda. A inflação para as famílias de renda muito baixa passou de -0,19% em agosto para 0,58% em setembro, enquanto para as de renda alta a alta foi mais moderada, de 0,13% para 0,33%.
Alimentos e energia puxam alta
A inflação para as famílias de menor renda foi pressionada pelo aumento dos alimentos e das tarifas de energia, com reajuste de 5,4% na conta de luz devido à seca.
No grupo alimentos, as maiores altas foram nas carnes (3,0%) e frutas (2,8%), apesar de deflações em tubérculos (-8,7%) e hortaliças (-2,2%). O clima adverso foi o principal fator para o aumento dos preços.
Acumulado do ano
No acumulado de 2024 até setembro, as famílias de renda baixa tiveram a maior alta inflacionária, com 3,43%, seguidas pelas de renda muito baixa (3,36%). Em contraste, a renda alta registrou o menor aumento, de 2,92%.
Ao analisar a inflação em 12 meses, a situação se inverte: as famílias de renda alta sofreram o maior impacto, com 4,72% de inflação acumulada, enquanto a renda média-baixa registrou o menor índice, de 4,28%.
Pressões setoriais
O grupo habitação também teve alta significativa, impulsionada pelos aumentos nas tarifas de água e esgoto (6,7%) e energia elétrica (5,9%) nos últimos 12 meses.
Para as famílias de renda mais alta, o grupo transportes foi o principal fator de pressão, com reajustes de 10% nas passagens aéreas e 5,6% na gasolina. No grupo despesas pessoais, os aumentos no aluguel de carros (27,5%) e nos serviços pessoais (5,7%) também elevaram a inflação para essas classes.