Inflação acelera em novembro para 4,87% em 12 meses

Alta de 0,39% no IPCA em novembro reflete aumento nos preços de alimentos e passagens aéreas, enquanto energia elétrica registra queda significativa.

Por Redação Epoch Times Brasil
10/12/2024 11:29 Atualizado: 10/12/2024 11:29

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação do país, apresentou alta de 0,39% em novembro. A divulgação foi feita na terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado, o acumulado em 12 meses alcançou 4,87%. O número supera os 4,76% registrados no período anterior e está acima do teto da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN), fixada em 4,5%. No ano, o índice acumula alta de 4,29%.

O desempenho de novembro ficou 0,17 % abaixo da taxa de outubro (0,56%). O resultado reflete pressões altistas em setores-chave da economia, enquanto outros apresentaram recuos.

Pressões de alta

O grupo Alimentação e bebidas teve a maior variação (1,55%) e o impacto mais expressivo (0,33%) no índice geral.

Dentro desse segmento, destacaram-se os aumentos nos preços das carnes (8,02%). Cortes como alcatra e chã de dentro tiveram alta expressiva de 9,31% e 8,57% respectivamente. O óleo de soja subiu 11,00%.

Produtos consumidos fora do lar também tiveram aumento. As refeições subiram 0,78% e os lanches, 1,11%.

Nos Transportes, que registraram alta de 0,89% (0,18% no índice geral), o maior destaque foi o aumento de 22,65% nas passagens aéreas. Por outro lado, combustíveis apresentaram queda (-0,15%), com retrações no etanol (-0,19%) e na gasolina (-0,16%).

Despesas pessoais também tiveram impacto relevante. O grupo subiu 1,43% (0,14% no índice geral), impulsionado pelo reajuste de 14,91% no cigarro. Esse aumento foi reflexo da elevação da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Queda nos custos habitacionais

O grupo Habitação apresentou recuo de -1,53%, o que exerceu o maior impacto negativo no índice geral (-0,24% no índice geral).

A queda foi puxada pelo recuo de 6,27% nos preços da energia elétrica residencial. A mudança para a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, foi determinante. Esse valor é inferior ao da bandeira vermelha, vigente anteriormente.

Reajustes tarifários negativos em cidades como Brasília (-9,30%) e São Paulo (-7,23%) também contribuíram para a retração.

Com o acumulado de 4,87% em 12 meses, o IPCA segue acima do teto da meta do CMN para 2024.

A inflação permanece como um dos principais desafios para a política econômica. A desaceleração do consumo e a maior sensibilidade a choques de oferta também demandarão atenção devido à baixa produção brasileira.