Indústria brasileira desacelera e mantém estabilidade em agosto

Por Matheus de Andrade
08/10/2024 11:26 Atualizado: 08/10/2024 11:26

Os indicadores industriais de agosto, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na segunda-feira (7), apontaram estabilidade em diversos setores da indústria de transformação no Brasil. O relatório mostrou que o consumo, que estava bastante aquecido, está desacelerando.

O faturamento real da indústria teve um leve crescimento de 0,7% entre julho e agosto, de acordo com a série livre de efeitos sazonais. No acumulado de janeiro a agosto de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, o faturamento subiu 3,7%.

O faturamento real da indústria mostra que as indústrias conseguiram mais faturamento com suas vendas. Isso pode indicar maior quantidade de bens vendidos ou aumento dos preços desses bens.

As horas trabalhadas na produção também registraram uma variação mínima. Entre julho e agosto de 2024, houve aumento de apenas 0,1%. No entanto, a comparação com agosto de 2023 mostrou um avanço de 4,8%. No acumulado dos primeiros oito meses de 2024, o crescimento foi de 3,6% em comparação ao mesmo período do ano passado.

As horas trabalhadas refletem o esforço produtivo. A estabilidade sugere uma estabilização da demanda, o que pode ajudar a controlar o aumento dos preços.

A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria de transformação caiu 0,1% em agosto, alcançando 79,3%. Em julho a UCI foi de 79,4%.

A utilização da capacidade instalada revela o quanto da infraestrutura produtiva está sendo usada. Similar às horas trabalhadas, quedas e aumento nesse número estão diretamente relacionados à demanda. 

O mercado de trabalho industrial também apresentou estabilidade. O emprego no setor cresceu 0,4% em agosto, na série dessazonalizada, marcando o 11º mês consecutivo sem quedas. No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o crescimento foi de 1,9%.

A massa salarial real da indústria de transformação, que mede a variação entre os diversos setores da indústria, teve um maior aumento. Em agosto de 2024, a alta foi de 1,5% em comparação a julho, também na série livre de efeitos sazonais.

A massa salarial real, ajustada pela inflação, cresceu, indicando que os trabalhadores estão ganhando mais, o que melhora seu poder de compra e tende a impulsionar o consumo.

O rendimento médio dos trabalhadores aumentou 1,1% em relação a julho de 2024, sinalizando uma melhoria nos salários. No acumulado entre janeiro e agosto de 2024, o rendimento médio apresentou alta de 1,4%.