O Boletim Focus, relatório publicado pelo Banco Central, publicado na segunda (1) apresenta um cenário de deterioração em todos os indicadores econômicos que rastreia. A média das previsões dos analistas do mercado financeiro aponta para uma piora nas expectativas em relação à inflação, crescimento do PIB, taxa de câmbio, taxa Selic, IGP-M, saldo da conta corrente e dívida líquida do setor público.
1. Inflação (IPCA)
A expectativa de inflação medida pelo IPCA apresentou um aumento em todas as projeções. A variação anual do IPCA subiu de 3,88% há quatro semanas para 4,00% na última semana.
Este aumento indica que as pressões inflacionárias estão se intensificando, refletindo possivelmente fatores como a desvalorização cambial e o aumento de preços administrados.
2. PIB
A previsão de crescimento do PIB permaneceu estável em 2,09% na última semana, mas uma análise mais detalhada mostra uma ligeira diminuição em comparação com as semanas anteriores.
A previsão há quatro semanas era de 2,05%, evidenciando uma expectativa de crescimento econômico que, embora tenha melhorado ligeiramente, ainda está sob pressão de fatores negativos como a alta da inflação e a instabilidade cambial.
3. Taxa de Câmbio
A taxa de câmbio esperada também mostrou um aumento significativo. A projeção para o câmbio subiu de R$ 5,05/US$ para R$ 5,20/US$ na última semana.
Este aumento reflete uma maior percepção de risco no cenário econômico brasileiro, possivelmente influenciado por incertezas políticas e fiscais e que vai consequentemente desabastecer o mercado interno e aumentar o custo de produção visto a necessidade de importação.
4. Taxa Selic
A taxa básica de juros, Selic, manteve-se estável em 10,50%, conforme a previsão de quatro semanas atrás.
Esta estabilidade ocorre em um patamar elevado, o que reflete a tentativa do Banco Central de controlar a inflação em meio a um cenário econômico adverso.
5. IGP-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também apresentou uma tendência de alta, passando de uma variação de 2,90% há quatro semanas para 3,39% na última semana.
Este índice é amplamente utilizado para reajustes de contratos, como os de aluguel, e sua elevação sugere um impacto direto nos custos para consumidores e empresas.
6. Conta Corrente
O déficit na conta corrente piorou, com a projeção passando de US$ 33,00 bilhões há quatro semanas para US$ 39,90 bilhões na última semana.
Este aumento no déficit pode ser atribuído a fatores como a balança comercial menos favorável e a saída de capitais do país que, naturalmente, limita a capacidade de investimento.
7. Dívida Líquida do Setor Público
A previsão para a dívida líquida do setor público como percentual do PIB também piorou. Na semana passada, a expectativa era de 63,68%, que subiu para 63,70% nesta semana.
Esse aumento na projeção de um patamar elevado indica uma preocupação contínua com a sustentabilidade fiscal do país. A dívida pública elevada pode limitar a capacidade do governo de investir e implementar políticas fiscais expansivas, além de aumentar os custos de financiamento.