O dólar comercial voltou a registrar forte pressão na segunda-feira (16). A moeda encerrou a manhã cotada a R$ 6,07, após atingir uma máxima de R$ 6,0988 durante os primeiros negócios do dia.
A disparada ocorreu mesmo com as intervenções do Banco Central (BC), que vem realizando leilões extraordinários de dólares para conter a volatilidade. Hoje, a autoridade monetária vendeu US$ 1,628 bilhão à vista. Além disso, foi realizado um leilão de linha no valor de US$ 3 bilhões com compromisso de recompra em março de 2025.
Mesmo após as medidas, o mercado segue pressionado. Investidores reagem a incertezas fiscais e à recente reforma do Imposto de Renda, anunciada pelo governo.
O dólar chegou a recuar momentaneamente para R$ 6,03 após o leilão, mas retomou o movimento de alta pouco depois. Este é o terceiro pregão consecutivo com intervenções do BC.
Impactos para a população
A disparada do dólar tem efeitos significativos para a economia brasileira e o dia a dia da população.
Um dólar valorizado encarece produtos importados, como eletrônicos, medicamentos e insumos industriais e agrícolas. Isso também impacta o preço de combustíveis e outras commodities, já são cotados na moeda americana.
Consequentemente, os custos de produção aumentam e acabam sendo repassados aos consumidores, elevando a inflação.
Para quem planeja viajar ao exterior, a alta do dólar encarece passagens, hospedagem e despesas gerais.
O cenário preocupa também as empresas que dependem de matérias-primas importadas, pois enfrentam pressão em suas margens de lucro.
No contexto macroeconômico, a desvalorização do real frente ao dólar dificulta o controle da inflação. Isso pode levar o Banco Central a adotar medidas como aumento da taxa de juros.
Essa decisão, por sua vez, encarece o crédito e dificulta o consumo e o investimento, retardando a recuperação econômica.
Relatórios de mercado revisaram as projeções para a moeda americana. Prevê-se que o dólar fechará 2024 em torno de R$ 5,99 e 2025 a R$ 5,85.
Isso reflete uma visão de longo prazo ainda cautelosa, sugerindo que o real continuará fragilizado diante das incertezas domésticas e externas.