A elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 gerou uma crise nos ministérios do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Várias pastas já sinalizaram que podem interromper atividades e serviços públicos devido aos cortes planejados pela equipe econômica do governo.
De acordo com documentos obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo, para manter os investimentos no mesmo nível de 2024, o governo Lula decidiu cortar despesas administrativas de ministérios e autarquias.
O planejamento dos recursos ainda será enviado ao Congresso Nacional no dia 30 deste mês. No entanto, os órgãos já afirmaram que o orçamento proposto não será suficiente e poderá afetar desde o pagamento de aposentados pela Previdência Social até a possível falta de água e internet em prédios públicos, incluindo a presidência da República, além de outros serviços essenciais.
A previsão orçamentária para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) é de R$ 1,9 bilhão para 2025. Porém, o órgão informou que, para cobrir suas despesas, precisa de um montante em torno de R$ 2,4 bilhões.
O Ministério de Minas e Energia (MME) está tentando evitar um corte de 14% em seu orçamento. O ministro Alexandre Silveira, por meio de um ofício, solicitou a recomposição de R$ 97 milhões, argumentando que são necessários mais recursos para gerir a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).
O gabinete do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também se manifestou e pediu mais R$ 600 mil, além dos R$ 5,4 milhões recebidos para despesas administrativas.
Além dos cortes previstos para os ministérios, o congelamento de R$15 bilhões decretado em 2024 ainda pesa sobre o orçamento, o que poderá fazer de 2025 um ano de desafios administrativos sem precedentes, conforme os analistas econômicos.
O Ministério do Planejamento e Orçamento, da ministra Simone Tebet, argumenta que o PLOA ainda está em fase de elaboração e, por essa razão, a pasta não se manifestará sobre o assunto antes do envio do texto ao Congresso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias. Segundo a pasta, o valor será usado para cumprir as regras fiscais.