O Brasil registrou um superávit de US$ 4,343 bilhões na balança comercial em outubro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Esse resultado é decorrente das exportações que totalizaram US$ 29,462 bilhões e das importações que somaram US$ 25,119 bilhões.
A corrente de comércio, que é a soma das exportações e importações, atingiu US$ 54,58 bilhões no mês. Isso representa um crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em uma análise comparativa, o valor exportado em outubro de 2024 apresentou uma ligeira queda de 0,7% em comparação com outubro de 2023, quando o total exportado foi de US$ 29,68 bilhões.
Já as importações aumentaram significativamente em 22,5% em relação ao ano anterior, quando o valor importado foi de US$ 20,5 bilhões. Isso reflete uma tendência de aquecimento da demanda interna por produtos estrangeiros.
Exportações por setores
As exportações tiveram desempenhos distintos nos diferentes setores da economia. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a Agropecuária teve uma queda de 12,8%, com redução de US$ 0,82 bilhões.
A Indústria Extrativa também registrou uma redução de 14,5%, equivalente a US$ 1,08 bilhões.
Em contrapartida, o setor da Indústria de Transformação obteve crescimento de 10,9%, com um aumento de US$ 1,7 bilhões nas exportações.
Esse crescimento foi impulsionado pela maior demanda por produtos industrializados brasileiros, como açúcares, carne bovina e celulose.
Entre os produtos que tiveram destaque no aumento das exportações estão os derivados da indústria de transformação. Açúcares e melaços cresceram 32,8%, enquanto a carne bovina fresca apresentou um aumento de 24,2% nas vendas externas.
Por outro lado, houve queda expressiva nas exportações de soja, que diminuíram 31,3%, e de milho, com uma redução de 32,8%.
Importações em alta
As importações mostraram um movimento de alta em diversos setores. Em outubro, o crescimento das importações da Indústria de Transformação foi de 25,5%.
Entre os destaques estão motores e máquinas não elétricos, partes de veículos automotivos e compostos químicos. O setor agropecuário também registrou um aumento expressivo, impulsionado pela maior compra de trigo, centeio e frutas frescas.
No acumulado do ano até outubro de 2024, as importações somaram US$ 221,438 bilhões, representando um aumento de 9,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento reflete o fortalecimento da demanda interna, especialmente por produtos industrializados e insumos necessários para a produção local.
Principais destinos e origem dos produtos
As exportações brasileiras registraram aumento para regiões como América do Norte, Europa e Oriente Médio. Em especial, as vendas para países como Espanha e Alemanha apresentaram crescimento significativo, com aumentos de 60,6% e 40%, respectivamente.
Por outro lado, as exportações para a Ásia, excluindo o Oriente Médio, caíram 7,46%, com destaque negativo para a China, onde houve uma queda de 23,3%.
No caso das importações, os principais parceiros comerciais também variaram. Houve um aumento nas compras de produtos de países da Ásia, com destaque para a China, que registrou um aumento de 46,4% nas exportações para o Brasil.
Isso indica uma dependência crescente do mercado brasileiro por produtos e insumos chineses.