Boeing rescinde acordo bilionário com a Embraer

25/04/2020 14:51 Atualizado: 25/04/2020 14:51

Por EFE

Nova Iorque, 25 abr – A Boeing anunciou neste sábado que rescindiu um acordo para criação de duas “joint ventures” com a Embraer, para aviação comercial e outro para desenvolvimento de mercado para o cargueiro militar C-390.

Em comunicado, a empresa americana disse ter “exercido seus direitos” de rescindir o contrato porque a Embraer “não cumpriu as condições necessárias” dentro de um prazo que expirou na sexta-feira, apesar da colaboração ter recebido “aprovação incondicional” de todos os órgãos reguladores envolvidos, exceto a Comissão Europeia.

O presidente da Embraer para operações colaborativas e de Grupo, Marc Allen, disse na nota que a rescisão é “profundamente decepcionante”, mas as empresas “chegaram a um ponto em que a continuação das negociações dentro da estrutura desse acordo não resolverá os problemas pendentes”.

Através de um acordo anunciado em 2018, as empresas planejavam criar uma “joint venture” na qual a Embraer, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, vendia 80% de sua divisão de aeronaves comerciais por US$ 4,2 bilhões para a Boeing, que teria controlado a nova parceria.

“A Boeing trabalhou diligentemente por mais de dois anos para finalizar sua transação com a Embraer. Nos últimos meses, tivemos negociações sobre condições insatisfatórias do contrato, que foram produtivas, mas sem sucesso. Tentamos resolvê-los antes da data inicial de término, mas não aconteceu”, explicou Allen.

Desde 2018, a situação mudou muito, especialmente para a Boeing, que no ano passado teve os piores resultados em duas décadas devido à crise do 737 Max e agora, enquanto aguarda a aprovação das autoridades para devolvê-los ao serviço, ela enfrenta o flagelo de pandemia da Covid-19 em sua produção e demanda.

A decisão anunciada hoje também encerra uma segunda ‘joint venture’ para “desenvolver novos mercados” para o cargueiro militar C-390 Millenium, mas, de acordo com a nota, as duas empresas manterão uma “parceria” que assinaram em 2012 e expandiram em 2016 para “comercializar e apoiar em conjunto” esse modelo.