O Banco Central (BC) realizou nova intervenção no mercado para conter a alta do dólar, que superou os R$ 6,15. Nesta terça-feira (17), a autoridade monetária anunciou um leilão de dólares, no qual venderá ao menos US$ 1 milhão.
A operação ocorrerá na quinta-feira (19) e tem como objetivo estabilizar a cotação da moeda.
O dólar subiu mais de 1% nesta terça-feira, após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou que a taxa de juros, a Selic, pode ser aumentada para 14,25% em março de 2025.
Essa expectativa de alta dos juros também pressionou a moeda americana para cima.
Na segunda-feira (16), o BC já havia realizado dois leilões para conter a alta do dólar, mas, mesmo assim, a moeda fechou o dia em valorização.
Além disso, na sexta-feira (13), a autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões no mercado, a maior intervenção cambial desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.
A pressão sobre o dólar tem sido causada pela força da moeda americana no mercado global e pela incerteza em torno da economia brasileira, especialmente após o anúncio do pacote fiscal do governo federal no fim de novembro, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pressão sobre a inflação
O BC também alertou que a alta do dólar pode aumentar os preços dos produtos no Brasil, especialmente os alimentos e as carnes, o que afeta a inflação.
Além disso, os preços de outros serviços ainda estão acima do nível esperado, o que também impacta a economia.
Lula critica juros altos após receber alta hospitalar
Em sua primeira entrevista após a alta hospitalar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à taxa de juros, apontando-a como a “única coisa errada” na economia brasileira.
Durante entrevista ao Fantástico, Lula se posicionou sobre o pacote fiscal e reafirmou que a responsabilidade pela alta dos juros não recai sobre seu governo, mas sim sobre o mercado financeiro, acusando os bancos de aumentar os juros “todos os dias”.
“Vou repetir: ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. […] Entreguei esse país, sabe, numa situação muito privilegiada. É isso que eu quero fazer outra vez. E não é o mercado que tem que ficar preocupado com os gastos do governo. É o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar é o povo pobre”, afirmou o petista.