O Relatório Focus, divulgado na segunda-feira (23), aponta um aumento nas expectativas de inflação e da taxa básica de juros (Selic) para o fim de 2024. Segundo as projeções, a inflação medida pelo IPCA subiu de 4,35% para 4,37%, enquanto a estimativa para a Selic foi elevada de 11,25% para 11,50% ao ano.
Esses ajustes indicam uma pressão contínua sobre os preços e a necessidade de políticas monetárias mais restritivas para conter o avanço da inflação.
A alta da expectativa de inflação eleva o custo de vida, especialmente em itens essenciais como alimentação e transporte. Com a alta dos preços, o poder de compra das famílias cai, reduzindo o consumo e desacelerando a economia, afetando mais as famílias de menor renda.
Além disso, a elevação da inflação pode prejudicar investimentos de longo prazo, como a compra de imóveis e a realização de grandes projetos por empresas.
O aumento da Selic busca conter a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando consumo e investimentos. Juros mais altos tornam financiamentos mais caros, afetando consumidores e empresas, especialmente pequenas e médias, que dependem de crédito, impactando o emprego e o crescimento econômico.
Para investidores, o aumento da Selic pode tornar a renda fixa mais atrativa, com títulos públicos oferecendo rendimentos maiores. No entanto, essa alta de juros pode enfraquecer o crescimento econômico, pois o consumo e os investimentos diminuem com o crédito mais caro.
Outro indicador relevante do relatório é o câmbio, que manteve a projeção de R$ 5,40 por dólar.
A estabilidade da previsão cambial sugere que, apesar das pressões inflacionárias e do aumento da taxa de juros, não há expectativa de grandes variações na cotação da moeda americana, justamente devido ao último aumento da taxa de juros feita pelo Copom do Banco Central, o que pode trazer algum alívio às empresas que dependem de insumos importados.
Os dados do Relatório Focus indicam um novo cenário de aperto monetário no Brasil para 2024, com a inflação e os juros em alta. Essa combinação tende a afetar tanto o bolso dos consumidores, que sentirão o peso da inflação e do crédito mais caro, quanto o desempenho das empresas, especialmente aquelas que dependem do financiamento para manter suas operações e expandir seus negócios.
