Tortura sexual nas prisões chinesas: “Perversão sem limites”

19/08/2019 23:38 Atualizado: 20/08/2019 06:59

Por Joan Delaney, Epoch Times

Apesar da tortura ser oficialmente proibida na China, ela é amplamente e sistematicamente usada em todo o vasto sistema prisional do país, de acordo com organizações de direitos humanos. Uma grande parte da brutalidade é a tortura sexual, que sozinha é conhecida por ser especialmente eficaz em humilhar vítimas e desestruturar suas defesas.

De acordo com a ONG Sociedade Internacional pelos Direitos Humanos, as vítimas são sexualmente abusadas pela polícia ou pelos carcereiros, ou despidas e jogadas em celas com detentos do sexo masculino. Os guardas deixam claro para os presos que eles podem abusar das mulheres sem medo de punição.

“A perversão de alguns dos membros dessas instituições de segurança chinesas não tem limites, de acordo com sobreviventes de tortura”, disse a organização em seu site.

A Anistia Internacional relata que a tortura sexual tem sido usada contra presos políticos muçulmanos uigures na região de Xinjiang, no noroeste da China, há anos.

“Alguns foram torturados com métodos particularmente cruéis que, para o conhecimento da Anistia Internacional, não estão sendo usados em outras partes da China. Isso inclui a inserção de pêlos de cavalo no pênis ou um fio especial com pequenas pontas que se escondem quando inseridas, mas que se abrem ao serem puxadas para fora.”

A Anistia relatou também que as mulheres tibetanas foram torturadas sexualmente, incluindo um grupo de freiras que foram despidas, espancadas brutalmente e sexualmente agredidas com bastões elétricos – tudo enquanto os prisioneiros do sexo masculino observavam.

O uso de tortura sexual em prisioneiros de consciência do Falun Dafa é especialmente desenfreado. De acordo com o Minghui.org, houve milhares de casos de tortura sexual entre prisioneiros de consciência do Falun Dafa, tanto homens quanto mulheres. O Minghui documenta a campanha de perseguição lançada pelo Partido Comunista Chinês contra os praticantes do Falun Dafa em 1999.

O conhecido advogado de direitos humanos Gao Zhisheng, que viajou a várias províncias em meados dos anos 2000 para investigar abusos contra os praticantes enquanto estavam detidos, disse que quase todos os prisioneiros do Falun Dafa, homens e mulheres, foram torturados sexualmente.

O advogado de direitos humanos Gao Zhisheng em uma foto de arquivo (Verna Yu / AFP / Getty Images)

O próprio Gao foi implacavelmente torturado e submetido a violência sexual depois de ter sido detido por expor a terrível situação dos praticantes, ele inclusive teve seus genitais perfurados com palitos de dente.

O Minghui relata que o estupro é consistentemente e sistematicamente usado como um meio de humilhar e traumatizar os prisioneiros de consciência do Falun Dafa. Em um infame caso no notório Campo de Trabalho Forçado Masanjia, os guardas colocaram 18 praticantes nas celas dos homens e encorajaram os homens a estuprá-los, o que levou à morte, incapacidade ou instabilidade mental das vítimas.

Em abril de 2016, Yin Liping, uma praticante do Falun Dafa resgatada da China para os Estados Unidos, contou em uma Comissão Executiva do Congresso sobre a China, sua experiência de ser torturada à beira da morte em várias ocasiões enquanto estava encarcerada em Masanjia.

Reconstituição de tortura sexual (Minghui.org)

Ela também foi submetida à tortura sexual. Yin disse à audiência que um dia ela e oito outras praticantes do Falun Dafa foram levadas para a chamada prisão negra, para serem estupradas pelos presos do sexo masculino. Ela estava trancada em um quarto com quatro homens que a espancaram até desmaiar e depois estuprá-la em grupo. Ela percebeu quando recuperou a consciência de que o ataque havia sido filmado, aumentando ainda mais sua angústia e humilhação.

De acordo com o site Status do povo chinês, pelo menos 100 métodos diferentes de tortura são usados em prisioneiros de consciência do Falun Dafa na China. Estes incluem estupro, molestamento, choque em genitais com bastões elétricos, estupro com objetos estranhos (incluindo escovas de banheiro e bastões), colocar pimentas na vagina, beliscar e puxar mamilos de homens e mulheres, até ao ponto de arrancá-los, chutar genitais, forçar a administração de drogas que causam a interrupção da menstruação, o aborto forçado e muito mais.

Nota do editor: O Epoch Times está publicando uma série de artigos expondo o uso da tortura pelo regime chinês contra os grupos que são perseguidos por ele, bem como o sofrimento e o dano que isso causa às pessoas submetidas a ele.