Por Rita Li & Steve Lance
Os patrocinadores das Olimpíadas devem “servir aos seus corações”, não aos dólares, e considerar o boicote aos próximos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, declarou Sam Brownback, ex-embaixador dos EUA para a liberdade religiosa internacional.
“A China é, na minha opinião, a maior ameaça aos direitos humanos no mundo, devido ao que estão fazendo, do que financiam e da tecnologia que estão implementando”, relatou Brownback durante uma entrevista ao programa “Capitol Report“, da NTD, canal associado ao Epoch Times, no dia 8 de dezembro.
Os profissionais de marketing deveriam “usar sua força financeira contra o governo chinês” para responsabilizar a China por suas violações aos direitos humanos, acrescentou.
Faltando menos de dois meses para as Olimpíadas de Inverno de 2022, alguns países, incluindo Estados Unidos, Austrália, Canadá, Lituânia e Reino Unido, anunciaram um boicote diplomático esta semana, declarando que funcionários do governo não comparecerão ao evento, mas que os atletas podem competir como quiserem.
No entanto, chamadas por outras ações continuam a ser feitas.
“[Isso] não é suficiente, temos que fazer mais”, declarou Brownback. “Estou apoiando um boicote pelos anunciantes”.
“Não sirva apenas aos dólares, sirva ao seu coração, ouça as questões de direitos humanos e o sofrimento das pessoas lá e se levante por eles”, afirmou Brownback à comunidade empresarial durante a entrevista, instando os patrocinadores corporativos a retirarem seus dólares em anúncios na China, a menos que o regime feche todos os campos de detenção para muçulmanos uigures em Xinjiang.
“Se [Pequim] não anunciar uma data, não irá encerrar esses campos de concentração e nós iremos embora. Eles [os anunciantes] não deveriam financiar o regime chinês enquanto ele está cometendo um genocídio”, afirmou.
A China investiu quase US $4 bilhões para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno, informou a Forbes. No entanto, a forte pressão de Pequim contra os direitos humanos colocou os patrocinadores dos Jogos, incluindo aqueles que orgulhosamente declararam apoiar os direitos humanos em todo o mundo, sob pressão moral.
No entanto, a Coca-Cola, o patrocinador olímpico mais antigo, desde 1928, junto com a Procter & Gamble, Visa e Airbnb, declararam que não contribuíram para a seleção do local e se recusaram a tomar posição quanto às violações aos direitos humanos do regime.
“E se não o fizerem, que hipocrisia … Por que você não denuncia o genocídio com o qual a China está matando pessoas atualmente?”
O país anfitrião dos Jogos de 2022 está “mostrando o futuro da opressão”, relatou Brownback.
As administrações Trump e Biden declararam que Pequim está cometendo “genocídio” contra os uigures, um ato que a Convenção de Genocídio das Nações Unidas definiu como a “intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
Desde 2017, o regime comunista chinês aumentou significativamente suas instalações de detenção em Xinjiang. Com base em imagens de satélite, pesquisadores do Instituto Australiano de Política Estratégica identificaram e mapearam mais de 380 locais na rede de detenção na região de Xinjiang, lar de cerca de 12 milhões de uigures que comunicam-se com seu próprio dialeto.
A ONU estima que mais de um milhão de uigures e outras minorias muçulmanas foram detidas em campos de concentração em Xinjiang. Ex-detidos e sobreviventes compartilharam seus relatos pessoais sobre as atrocidades cometidas nesses campos durante uma reunião virtual em julho, com o secretário de Estado Antony Blinken.
No mês passado, o senador Tom Cotton (Republicano do Arkansas) pediu ao governo que implemente um boicote total aos Jogos, ou seja, “sem atletas, sem funcionários do governo, sem patrocinadores corporativos”.
A “pedra angular” dos Direitos Humanos
Brownback chamou a liberdade religiosa um direito dado por Deus e a “pedra angular” dos direitos humanos.
“O Ocidente decidiu fazer de tudo um direito humano. E quando tudo é um direito humano, nada é um direito humano”, declarou Brownback no programa, apontando para a abordagem do governo Trump de tornar a liberdade religiosa uma prioridade.
Em julho de 2019, o então presidente Donald Trump e Brownback se reuniram com vítimas de perseguição religiosa de países como China, Turquia, Coreia do Norte, Irã e Birmânia (também conhecido como Mianmar).
“Na verdade, não acreditamos que os direitos humanos possam ser fortalecidos em outros aspectos, como: liberdade de reunião, liberdade de expressão, a menos que esse direito seja alcançado, a liberdade de religião, liberdade do que você faz com sua própria alma”, afirmou Brownback.
É aí que o governo não tem o direito de interferir, declarou ele.
“Como um ser humano livre, minha alma não anseia estar conectada a um governo, ela anseia estar conectada ao Deus Todo-Poderoso que eu posso buscar livremente para mim, e é contra isso que [o Partido Comunista Chinês] está em guerra – É uma guerra … que eles não vão ganhar.”
A relutância do regime em aceitar e aprender é fruto de sua destruição, de acordo com Brownback.
“Se nós mesmos fizemos coisas erradas, devemos assumi-las, e fizemos, admitimos e vamos seguir em frente. Essa é a força de um sistema aberto e a fraqueza desse sistema comunista fechado”, destacou ele.
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