Por Equipe do Epoch Times de Sydney
Os legisladores australianos estão requisitando um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Pequim, devido às violações aos direitos humanos, após os Estados Unidos anunciarem que promoveriam um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, na segunda-feira.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, confirmou que os Estados Unidos não enviarão uma delegação oficial aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022 em protesto contra a crise de direitos humanos em curso pelo regime chinês na região de Xinjiang.
“Como o presidente afirmou ao presidente Xi, defender os direitos humanos está no DNA dos americanos, temos um compromisso fundamental em promover os direitos humanos”, afirmou Psaki em uma coletiva de imprensa diária, no dia 6 de dezembro, referindo-se ao encontro virtual do presidente dos EUA, Joe Biden e o líder chinês Xi Jinping, em 15 de novembro.
A campanha expansiva de Pequim em repressão aos uigures e outras minorias muçulmanas na região de Xinjiang, no extremo oeste da China, foi denunciada por muitos países como um genocídio, atraindo condenação internacional e levando a um pedido de boicote, em diversos niveis, às Olimpíadas de Pequim.
O pedido por boicote foi ainda mais intensificado após o desaparecimento da tenista chinesa, Peng Shuai, que alegou que Zhang Gaoli, o ex-vice-primeiro-ministro do PCC, a agrediu sexualmente.
O boicote diplomático dos Estados Unidos não afetará os atletas que comparecerão às Olimpíadas de Pequim.
O senador liberal australiano pela Tasmânia, Eric Abetz, o primeiro parlamentar federal a pedir um boicote diplomático às Olimpíadas de Pequim, pediu ao governo de Morrison que fizesse o mesmo e se posicionasse fortemente contra as repetidas violações aos direitos humanos do PCC.
“A decisão dos Estados Unidos, nosso aliado e amigo próximo, de boicotar diplomaticamente as Olimpíadas de Inverno de Pequim é uma medida muito bem-vinda e que a Austrália deve seguir o exemplo. A Austrália não deve ser complacente, mas agir com rapidez para demonstrar nosso longo compromisso com a defesa dos direitos humanos e expor onde eles são violados”, afirmou Abetz em um comunicado.
“Dos uigures, extração de órgãos de prisioneiros de consciência, trabalho escravo, os habitantes de Hong Kong, os tibetanos, os mongóis, o Dalai Lama, a diplomacia da armadilha da dívida, as Ilhas do Mar da China Meridional, a perseguição religiosa e jornalística a todas as outras graves injustiças cometidas pela ditadura do PCC, demonstram que não devemos dar representação oficial nesses Jogos.”
O senador Abetz é o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Defesa e Comércio e membro da Comissão Parlamentar Conjunta de Inteligência e Segurança.
O senador independente sul-australiano, Rex Patrick, também saudou a decisão dos Estados Unidos afirmando que seria moralmente errado o governo australiano estender qualquer medida de endosso oficial ao regime comunista chinês.
“O governo australiano precisa ser particularmente claro sobre a responsabilidade do Partido Comunista Chinês pelo genocídio”, declarou ele.
O senador do Australian Nationals, Matt Canavan, deu um passo além ao defender o boicote dos atletas.
“O tratamento aos esportistas na China deve levantar a questão de se deveríamos nos engajar em atividades esportivas com tal governo”, afirmou ele à Sky News.
A oposição trabalhista declarou que trabalharia com o governo de Morrison para um acordo nacional bipartidário sobre o assunto.
“Este caso [Peng Shuai] levanta sérias preocupações sobre a segurança da atleta. À luz disso e das preocupações contínuas sobre a situação dos direitos humanos na China”, afirmou Penny Wong, porta-voz do Trabalho para as relações exteriores, ao The Australian. “O Partido Trabalhista está disposto a trabalhar com o governo para chegar a um acordo sobre uma posição nacional bipartidária no nível da representação diplomática da Austrália nas Olimpíadas de Inverno”.
No entanto, o presidente trabalhista, Wayne Swan, advertiu contra um boicote.
“Devemos expor as violações aos direitos humanos na China, que são realmente terríveis”, afirmou ele ao 9news, na semana passada. “O esporte é uma forma de fazer isso, embora eu recorde que em 1980 houve um apelo ao boicote das Olimpíadas de Moscou. Isso não acabou bem e não funcionou”.
O boicote em 1980 foi lançado pelos Estados Unidos em resposta à invasão do Afeganistão pela União Soviética.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, relatou, em 3 de dezembro, que seu governo estaria “considerando” um boicote às Olimpíadas de Inverno de Pequim, quando questionado por um repórter.
O Epoch Times entrou em contato com o Departamento de Relações Exteriores e Comércio da Austrália para comentário, mas não recebeu uma resposta até o momento da publicação.
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