Por Nicole Hao
Os políticos, estrelas do esporte e defensores dos direitos humanos em todo o mundo estão cada vez mais preocupados com a segurança da tenista chinesa Peng Shuai, desde que a mídia estatal da China divulgou suas recentes fotos e vídeos.
Peng, ex-jogadora número um no ranking de duplas, esteve ausente das vistas do público por mais de duas semanas após acusar o vice-premiê chinês, Zhang Gaoli, de assédio sexual em 2 de novembro. Posteriormente, a Casa Branca, as Nações Unidas, a Associação de Tênis Feminino e o número um do mundo no tênis masculino, Novak Djokovic, expressaram preocupação com a segurança de Peng.
O caso de Peng alimentou a campanha de boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que começam em 4 de fevereiro. Políticos, organizações não governamentais, ativistas e atletas pressionam o regime chinês a respeitar os direitos humanos básicos.
Em 21 de novembro, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que seu presidente, Thomas Bach, realizou uma videochamada de 30 minutos com Peng, junto à alta oficial chinesa e membro do COI, Li Lingwei, e o presidente da Comissão de Atletas do COI. Sem liberar o vídeo, Bach declarou: “Peng Shuai estava bem”.
De 20 a 23 de novembro, a mídia estatal chinesa e o regime chinês continuaram a afirmar que Peng estava segura em seu apartamento em Pequim e publicaram fotos e vídeos da tenista, as quais não puderam ser verificadas.
No entanto, o mundo ficou mais preocupado com Peng após a videochamada com o COI e as garantias de Pequim.
“A China tem um histórico de publicar ‘declarações’ forçadas em nome de ativistas dos direitos humanos”, afirmou a Anistia Internacional, em seu comunicado do dia 18 de novembro. “Por exemplo, a televisão estatal transmitiu as ‘confissões’ dos advogados chineses de direitos humanos Wang Yu e Jiang Tianyong enquanto eles estavam detidos”.
Pessoas em todo o mundo estão preocupadas que Peng tenha perdido sua liberdade e deva fazer o que o regime chinês lhe obrigar.
“Estou profundamente preocupado com a segurança e o bem-estar de Peng Shuai. O estado nunca deve censurar alegações de assédio sexual. É impensável que o Partido Comunista Chinês a sequestrou devido à sua coragem de denunciar”, declarou Garnett Genuis, membro do parlamento canadense e ministro da oposição do Canadá para as relações entre Canadá e China, ao Epoch Times, em 22 de novembro. “Embora a mídia patrocinada pelo Estado chinês tenha divulgado imagens e vídeos de Peng Shuai, sua autenticidade não pode ser verificada”.
“Este incidente ressalta o fato de que atletas de alto desempenho não estão imunes às violações dos direitos humanos na China”, acrescentou Genuis.
Direito das mulheres
O regime chinês possui um histórico ruim quanto aos direitos humanos, especialmente em violações dos direitos das mulheres, como uma prática comum nas últimas décadas para que as autoridades do Partido Comunista Chinês (PCC) tenham amantes.
O antigo chefe de segurança chinês, Zhou Yongkang, foi condenado à prisão perpétua por crimes de suborno, abuso de poder e divulgação intencional de segredos de estado em junho de 2015.
De acordo com a mídia estatal chinesa, Zhou teve pelo menos 28 amantes de longa data e abusou sexualmente de quase quatrocentas mulheres. As amantes de Zhou incluíam apresentadoras de televisão, estrelas de cinema, cantoras, estudantes universitárias e funcionárias do governo.
Essas senhoras, que tiveram casos com Zhou, mantiveram seus relacionamentos com ele durante suas carreiras, ou mesmo por suas vidas. Na China, funcionários de alto escalão possuem o poder de prender pessoas inocentes, tirar toda a sua riqueza e até mesmo suas vidas ou o bem-estar de membros de suas família, se forem contrariados.
Nos últimos anos, o regime chinês anunciou centenas de funcionários envolvidos em escândalos sexuais, como: Zhao Liping, um poderoso funcionário da Mongólia Interior que matou sua amante em 2015; Ma Jian, ex-vice-ministro do Ministério da Segurança do Estado da China, que teve seis amantes e dois filhos com elas; e Shi Wenqing, um alto funcionário da província de Shandong que estuprou repetidamente sua própria sobrinha, manteve relações sexuais com as duas sobrinhas de sua esposa e teve diferentes amantes temporárias.
Ju Bin, uma treinadora canadense de basquete que era membro da seleção nacional de basquete da China, declarou à edição chinesa do Epoch Times, no início de novembro, que as jogadoras de tênis costumam ser alvos de ataques sexuais por altos funcionários do PCC.
“Os alto oficiais do PCC gostam de jogar tênis mais do que outros esportes, porque o tênis é elegante [aos seus olhos]. [Sua equipe] sempre ordena que as melhores atletas de tênis os acompanhem”, afirmou Ju. “Eu conheço esse escândalo muito bem e isso acontece continuamente”.
Yuan Hongbin, ex-diretor da Escola de Direito da Universidade de Pequim e renomado dissidente em exílio, relatou à edição chinesa do Epoch Times, em 19 de novembro, que oficiais graduados do PCC agridem sexualmente três grupos de mulheres de maneira regular.
“O primeiro grupo é formado por apresentadoras da Televisão Central da China (CCTV), gerida pelo estado; a segunda é a das integrantes das companhias artísticas de diferentes tropas militares; e a última é a da seleção feminina de tênis”, listou Yuan.
Na China, os três grupos de mulheres mencionados por Yuan possuem um status social relativamente bom, mas seus direitos ainda não são respeitados pelos oficiais do PCC.
Boicote das Olimpíadas de Pequim
“Apoio totalmente o boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 2022. Devemos nos solidarizar com os povos da República Popular da China (RPC) que buscam a proteção de seus direitos humanos fundamentais, incluindo os do Turquestão Oriental, Tibete, Mongólia Interior e Hong Kong. Os Jogos Olímpicos não devem ser realizados em um país onde terríveis violações aos direitos humanos são perpetradas todos os dias e onde é provável que ocorram violações dos direitos humanos durante o processo dos Jogos”, afirmou o parlamentar canadense, Genuis.
Gordon Chang, um ilustre colega do Gatestone Institute e um especialista em assuntos da China, que é amplamente conhecido por seu livro “The Coming Collapse of China”, escreveu em um artigo de opinião em 23 de novembro para o Epoch Times: “Agora então, apenas os que não possuem moral podem pensar que é uma boa ideia permitir que o regime chinês, que faz reféns, protege estupradores e comete genocídio, organize esta competição. É hora do mundo enfrentar a realidade do Partido Comunista da China e o horrível sistema que ele construiu. Só existe uma opção correta: realocar os jogos”.
“Acredito que os Estados Unidos deva levar os países democráticos a boicotar as Olimpíadas de Inverno de Pequim em nome dos direitos humanos … esta é uma forma poderosa de alarmar o regime chinês”, declarou Feng Chongyi, professor de estudos da China na Universidade de Tecnologia de Sydney, para a edição chinesa do Epoch Times, em 19 de novembro.
“Este [boicote às Olimpíadas de Inverno de Pequim] é uma grande oportunidade de deixar o PCC saber que deve aceitar as consequências às violações aos direitos humanos”, afirmou Chen Siming, um dissidente da província de Hunan, no sul da China, à edição chinesa do Epoch Times, em 20 de novembro.
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