O Partido Comunista Chinês (PCC) continuou a prender e perseguir praticantes do Falun Gong ao longo de 2021, como parte de sua campanha nacional de repressão lançada mais de duas décadas atrás contra a disciplina espiritual.
De acordo com um relatório do Minghui.org, um site com sede nos EUA que rastreia a perseguição ao Falun Gong na China, houve 5.886 prisões e 10.527 casos de perseguição contra praticantes confirmados em 2021.
No entanto, dos casos relatados em 2021, 841 prisões ocorreram em 2020, enquanto 7 casos de perseguição ocorreram em 2016 e 1.275 em 2020, mas não haviam sido confirmados anteriormente devido a dificuldades em obter informações da China devido à forte censura do PCC.
O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma disciplina espiritual que inclui exercícios de meditação e ensinamentos morais baseados em três princípios fundamentais: Verdade, Compaixão e Tolerância. A prática ganhou popularidade na China durante a década de 1990, com estimativas do número de praticantes variando entre 70 e 100 milhões. O regime comunista, temendo que o número de praticantes representasse uma ameaça ao seu controle autoritário, lançou uma ampla campanha para reprimir a prática e seus praticantes em julho de 1999.
Desde então, milhões de pessoas foram detidas em prisões, campos de trabalho forçado e outras instalações, e centenas de milhares foram torturados enquanto encarcerados, de acordo com o Centro de Informações do Falun Dafa. Milhares de pessoas foram confirmadas mortas como resultado de tortura e abusos na detenção, embora esse número provavelmente represente a ponta do iceberg, segundo especialistas, devido à extrema dificuldade em verificar as informações da China.
Uma das estratégias do PCC para erradicar a prática inclui submeter os praticantes a tortura e lavagem cerebral na tentativa de forçá-los a renunciar à sua fé.
A campanha sistemática de repressão do PCC contra os praticantes do Falun Gong tem sido qualificada como “genocídio frio” por especialistas, devido aos esforços graduais e persistentes do regime para aniquilar o grupo religioso nas últimas duas décadas. Este termo é usado em contraste com um “genocídio quente” que visa eliminar um grupo em um curto período de tempo.
Conforme relatado pelo Minghui, 2021 viu um aumento nos casos de prisão e perseguição entre abril e junho, como parte da continuação da “campanha zerar” do PCC, uma política de tolerância zero em relação ao Falun Gong que apareceu pela primeira vez na província de Guizhou, sudoeste da China, em março de 2020 e depois se espalhou para outras províncias. A campanha consiste em perseguir os praticantes da lista negra um a um para fazê-los renunciar à sua fé.
O pico também coincide com duas datas importantes para os praticantes do Falun Gong: Dia Mundial do Falun Dafa, em 13 de maio; e o aniversário do protesto pacífico dos praticantes em frente à sede do Partido Comunista Chinês em Pequim, no dia 25 de abril de 1999, quando apelaram às autoridades pelo direito de praticar sua fé livremente. Este pedido ocorreu meses antes do PCC começar a perseguição.
Prisões e perseguições se intensificaram em torno dessas datas para dificultar os esforços dos praticantes de informar sobre a perseguição, relata o Minghui.
Tal foi o caso de 13 praticantes detidos na cidade de Suzhou, na província oriental chinesa de Jiangsu, no dia 10 de maio de 2021, mais dois que desapareceram no mesmo dia e cujas detenções foram posteriormente confirmadas. As autoridades não divulgaram informações sobre o paradeiro dos praticantes para suas famílias.
Em 23 de outubro de 2021, o Minghui informou que 14 praticantes do Falun Gong ainda estavam sendo mantidos em um “hotel secreto que virou um centro de lavagem cerebral”, onde foram submetidos a abuso físico e verbal para forçá-los a desistir de suas crenças, de acordo com informações obtidas pelos familiares dos detentos por uma fonte interna.
Centros de lavagem cerebral recentemente “resurgiram” na China para deter praticantes que se recusam a renunciar ao Falun Gong apesar da perseguição sob a campanha “Zerar”, de acordo com o Minghui.
Nove novos centros foram abertos em Wuhan, somando-se aos 60 existentes, segundo o relatório. Em um desses novos centros, os praticantes do Falun Gong foram confinados em quartos escuros, forçados a assistir a vídeos difamando sua prática espiritual e submetidos à privação de sono, enquanto outros faziam greve de fome, mas eram alimentados à força.
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