Ativista de direitos humanos taiwanês é libertado de prisão chinesa após 5 anos

Ele foi detido na China em 2017 e condenado a cinco anos de prisão por “subversão do poder estatal”

15/04/2022 10:38 Atualizado: 15/04/2022 10:38

Por Aldgra Fredly 

Um ativista de direitos humanos de Taiwan que foi “desaparecido à força” pelas autoridades chinesas enquanto visitava a China em 2017, retornou a Taiwan na sexta-feira depois de cumprir uma sentença de 5 anos de prisão na China.

Li Ming-che, voluntário do grupo de direitos humanos Covenant Watch, com sede em Taiwan, chegou ao Aeroporto Internacional de Taoyuan na manhã de sexta-feira, informou a Focus Taiwan.

Ele foi detido na China em 2017 e condenado a cinco anos de prisão por “subversão do poder estatal”, tornando-se o primeiro ativista taiwanês detido sob a lei.

Durante seu julgamento, Li admitiu ter criticado o partido comunista no poder da China e ter compartilhado artigos e argumentos que promoviam a democracia multipartidária de Taiwan.

Ele foi julgado ao lado do cidadão chinês Peng Yuhua, que confessou ter criado grupos de mensagens instantâneas e fundado uma organização que buscava promover mudanças políticas na China. Peng foi condenado a sete anos de prisão.

Em 18 de março, o Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan alegou que a família de Li havia sido impedida de contatá-lo e não havia sido informada do conteúdo de seu veredito, bem como a data específica de sua libertação.

“A sociedade taiwanesa está preocupada com a saúde e segurança de Li Ming-che. Pedimos à China continental que divulgue prontamente informações sobre a libertação de Li e permita que ele retorne com segurança a Taiwan o mais rápido possível”, afirmou o comunicado.

O Conselho argumentou que a liberdade de Li foi restringida apesar de sua conformidade com os procedimentos de entrada da China e que as autoridades chinesas não o informaram de sua sentença por meio de canais estabelecidos sob acordos do Estreito.

A Anistia Internacional de Taiwan disse que as autoridades chinesas “detiveram indevidamente” Li e “não têm motivos” para continuar prendendo-o na China.

“Durante o período de detenção na China, [Li] foi forçado a comer comida ruim e não tinha roupas suficientemente quentes. Após a pandemia, pedidos de visita de seus familiares foram rejeitados 16 vezes e até mesmo ligações telefônicas familiares não foram permitidas”, afirmou o comunicado.

Shi Yixiang, secretário-geral da Associação de Taiwan para a Promoção dos Direitos Humanos, disse que um mecanismo de proteção de direitos humanos na Ásia-Pacífico deve ser estabelecido para evitar a recorrência de casos de direitos humanos transfronteiriços.

Ele destacou que atualmente existem pelo menos 402 indivíduos de Taiwan, Hong Kong, Estados Unidos, Canadá e outros países que sofreram violações de direitos humanos na China e precisam ser resgatados.

Pequim sustenta que Taiwan faz parte da China e nunca renunciou ao uso da força para colocá-la sob seu controle, enquanto a ilha autogovernada não mostra interesse em ser governada pelo Partido Comunista Chinês.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.

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