Por Jack Phillips
O ano de 2017 pontua o 100º aniversário da Revolução Russa dos Bolcheviques, a qual fundou o primeiro estado comunista – então é hora de pensar nas baleias.
Em apenas algumas décadas, dezenas de milhares de baleias foram mortas pela União Soviética no evento que a revista Pacific Standard Magazine rotulou como “uma das mais rápidas aniquilações de uma população de animais na história mundial – e ocorrida quase que inteiramente em segredo”.
A União Soviética integrou um tratado em 1946 limitando o número de baleias que cada país poderia matar por ano. À época em que uma proibição da caça comercial de baleias entrou em vigor em 1986, os soviéticos relataram haver matado 2,710 baleias jubarte no Hemisfério Sul. Eles haviam na verdade matado cerca de 18 vezes mais, e milhares de baleias de outras espécies que não foram relatadas, de acordo com a Pacific Standard:
“Havia sido um engodo elaborado e audacioso: capitães soviéticos disfarçaram navios, corromperam dados científicos e desorientaram autoridades internacionais por décadas. Segundo estimativas dos biólogos marinhos Yulia Ivashchenko, Phillip Clapham e Robert Brownell, foi ‘provavelmente um dos maiores crimes ambientais do século XX’”.
Pode não fazer sentido em primeira instância – cometer crimes ambientais como caçar rinocerontes por seus chifres e elefantes por seu marfim, ou descartar lixo tóxico, pode ao menos render ou economizar fortunas. No entanto, os soviéticos não seguiam esta lógica.
A razão para a matança arbitraria de baleias foi deflagrada por um dogma essencial ao comunismo: o planejamento centralizado.
Todas as indústrias da União Soviética eram controladas pelo governo, que designava metas de produtividade independentemente de haver ou não demanda. A caça de baleias, conforme relatado, era parte da indústria de pesca, e havia uma cota para a caça de baleias que precisava ser preenchida. As recompensas por atingir estas metas criaram um mercado artificial.
O sistema de caça de baleias era mortalmente flagelado pela ineficiência, pelo desperdício em massa e pela “descontrolada competição socialista”, como Ivashchenko, Clapham e Brownell apontaram em pesquisa científica.
Frotas soviéticas que alcançassem suas metas receberiam recompensas a mais e seriam celebradas nos jornais soviéticos, enquanto as tripulações receberiam bônus, de acordo com a Pacific Standard. Se as metas não fossem atingidas, penalidades poderiam ser distribuídas: capitães poderiam perder patente e marujos poderiam ser demitidos.
Enquanto a Noruega e o Japão vêm historicamente tendo uma demanda por carne de baleia e outros bens derivados, os russos não a compartilham. “Uma vez que a gordura era cortada para ser processada em óleo, o resto do animal, em até metade dos casos, era abandonado no mar para apodrecer”, a revista apontou. Em comparação, a Noruega, o Japão e a Islândia hoje matam, juntos, cerca de 2,000 baleias ao redor do mundo anualmente.
Outro cientista, Alfred Berzin, enunciou que os baleeiros soviéticos eram enviados “para matar baleias por poucos motivos além do de dizer que as mataram”, já que tinham de satisfazer “itens de linha obscuros nos planos de 5 anos que dirigiam a economia soviética”, diz a publicação.
Enquanto não há clareza quanto ao número de baleias mortas pelos soviéticos, acredita-se que ao menos 45,000 foram mortas entre 1946 e 1986.
Um estudo do Journal of Environment & Development (N. do T.: Publicação de autoridade amplamente reconhecida nos círculos acadêmicos. Edição em português indisponível) de 1999 revelou que os baleeiros soviéticos retiraram um número maior de baleias jubarte da Antártica entre 1949 e 1972 do que o resto das frotas baleeiras do mundo unidas. Mais que isso, a Comissão Baleeira Internacional insistiu que a taxa de morte de baleias era “diversas vezes maior” do que o que seria sustentável na época. No início da década de 1970, cientistas alertaram que o dano infligido à população de baleias “era severo”.
Em 1994, após o desmembramento da União Soviética, foi revelado que oficiais comunistas estavam contando menos do que haviam caçado. Entre 1948 e 1973, a União Soviética realmente caçou 48,477 baleias jubarte.
Estima-se que o comunismo tenha provocado a morte de pelo menos 100 milhões de pessoas, ainda assim, seus crimes não foram compilados em sua totalidade e sua ideologia ainda persiste. O Epoch Times busca expor a história e os dogmas deste movimento, o qual tem sido uma fonte de tirania e destruição desde a concepção.
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