Os dias de Jiang Zemin estão contados. É apenas uma questão de quando, e não se, o ex-chefe do Partido Comunista Chinês será preso. Jiang governou oficialmente o regime chinês por mais de uma década, e por outra década ele foi o mestre das marionetes nos bastidores que freqüentemente controlava os eventos. Durante essas décadas, Jiang causou danos incalculáveis à China. Neste momento, quando a era de Jiang está prestes a terminar, o Epoch Times republica em forma de série “Tudo pelo poder: a verdadeira história de Jiang Zemin”, publicado pela primeira vez em inglês em 2011. O leitor pode vir a compreender melhor a carreira desta figura central na China de hoje.
Capítulo 23: Colhendo o furacão: julgamento final de Jiang é previsto (Parte 1)
Embora o perigo possa ser algo assustador, não ver o perigo chegando é ainda mais assustador.
Durante os anos em que Jiang Zemin esteve no poder, todos os aspectos da sociedade chinesa começaram a passar por crises. Com a fachada atual de prosperidade econômica em mãos, quantas pessoas realmente perceberam o perigo em que Jiang colocou a sociedade chinesa?
Quando um site chinês introduziu a biografia enganosa escrita por Kuhn, O homem que mudou a China: a vida e o legado de Jiang Zemin, ele enfatizou que os “méritos e conquistas” de Jiang consistiam em “manter a estabilidade social, acelerar o desenvolvimento econômico” e “finalmente fazer com que a China passe por uma mudança fundamental irreversível”. De uma certa perspectiva, essas observações são verdadeiras, apenas a mudança que ocorreu foi exatamente o oposto do que é descrito.
O “desenvolvimento econômico” que ocorreu durante a era de Jiang, que foi realizado a todo custo, foi um desequilíbrio que sacrificou a justiça social e o meio ambiente, e exauriu os recursos dos quais o povo chinês teria de contar para sua sobrevivência e desenvolvimento no futuro. O desenvolvimento fez com que o ambiente se deteriorasse rapidamente, tornando impossível para a economia chinesa sustentar o crescimento de longo prazo. As futuras gerações da China enfrentam uma ameaça crescente à sua sobrevivência.
A “estabilidade” sob o governo de Jiang foi precária, criada pelas autoridades que tomaram medidas extremas para manter o poder e proteger seus interesses. Foi uma “estabilidade” feita por meio de uma panela de pressão, que foi alcançada silenciando as vozes das pessoas. Suas consequências, quando as coisas chegarem ao auge, serão devastadoras.
O que é ainda mais terrível é que, por seu desejo egoísta de manter sua própria autoridade, Jiang governou o país com corrupção e transformou as elites políticas, econômicas e culturais em um grande grupo de interesses. O sistema de poder está tão degenerado que se tornou uma ferramenta para essas elites saquearem os recursos nacionais. Manter os interesses desse grupo tornou-se a melhor maneira dessas pessoas, como indivíduos, progredirem. Além disso, o Partido não tem os controles de uma mídia independente ou outros controles de fora, então o ímpeto para o Partido melhorar é totalmente nulo. A corrupção e a política dissimulada têm sido galopantes, e a moralidade da sociedade como um todo está em um rápido declínio. De cidadãos comuns a membros do governo, as pessoas sentiram profundamente a violência da corrupção e sentiram que a terrível situação é irreversível. A deterioração desse grau acabará levando muitas das conquistas atuais ao fracasso; são como uma miragem ou uma casa construída na areia. Porém, nem todo mundo está ciente da gravidade da situação.
Este capítulo discutirá as crises e desastres que Jiang Zemin trouxe à sociedade chinesa durante seu governo, abordando o meio ambiente, a economia, a arena política, a sociologia, a educação e a moralidade.
1. Crise ecológica: terra saqueada
A estratégia de desenvolvimento econômico de Jiang era, em essência, focada apenas no PIB (Produto Interno Bruto). Jiang exibiu suas próprias “conquistas” meramente falando sobre o rápido crescimento do PIB e, simultaneamente, usou o crescimento do PIB como diretriz para avaliar as realizações das autoridades locais.
Os recursos naturais são limitados, no entanto, e a capacidade do meio ambiente de absorver os resíduos descartados também é limitada. Se o atual superdesenvolvimento resultar na destruição do meio ambiente e na destruição de recursos não renováveis dos quais a China teria dependido no futuro, então o desenvolvimento está prestando um péssimo serviço a toda a nação. Nesse sentido, o crescimento econômico desequilibrado da era de Jiang, que enfatizou excessivamente o PIB, realmente “mudou a China”—o meio ambiente da China sofreu uma destruição quase irreversível e fundamental.
De acordo com uma história da Agência de Notícias Xinhua em 3 de março de 2004, o chefe do Grupo de Pesquisa em Estratégia de Desenvolvimento Sustentável da Academia Chinesa de Ciências, Niu Wenyuan, disse que uma parte considerável dos números de crescimento do PIB da China foi alcançada às custas de gerações. Em 2003, a China produziu menos de 4 por cento da produção econômica total do mundo, mas consumiu cerca de um terço da energia e materiais do mundo, incluindo carvão bruto, aço e cimento.
Xie Zhenhua, Diretor da Administração Estatal de Proteção Ambiental (SEPA), apontou que, de acordo com a estimativa do Banco Mundial, em 1995 a perda causada pela poluição do ar e da água na China equivalia a 8% do PIB naquele ano. De acordo com os cálculos da Academia Chinesa de Ciências, em 2003 a perda causada pela poluição ambiental e danos ecológicos equivalia a 15 por cento do PIB.
Quando colocamos os números acima lado a lado com a taxa de crescimento anual do PIB de Jiang Zemin de 7 a 8 por cento (que descontou os custos), o desenvolvimento supostamente rápido da era de Jiang foi na verdade um grande crescimento negativo. De uma perspectiva de longo prazo, o que Jiang fez não foi uma conquista; ao contrário, foi um crime. É claro que nenhum meio de comunicação chinês se atreveu a noticiar esse assunto. A situação é uma reminiscência da fábula As roupas novas do imperador. Este é outro exemplo de como o Partido e Jiang dependem um do outro para sobreviver.
Solo no limite, 150 milhões de pessoas se tornarão refugiados ecológicos
O povo chinês, desde a infância, aprendeu que a China possui um vasto território e recursos abundantes, mas em termos de volume per capita, a China certamente não é um país com recursos abundantes. O recurso natural médio por pessoa é a metade da média mundial. Mas sob o governo de Jiang, a proporção piorou.
Embora grande em tamanho, a China tem grandes áreas de tundra e planaltos estéreis, o Gobi e outros desertos. Em 1980, a terra arável era de apenas 0,32 acres por pessoa. Por causa da desertificação e erosão do solo causadas pela degradação ambiental, em 2003, quando Jiang Zemin deixou o cargo, a média de terra arável por pessoa era de apenas 0,23 acres. Nos primeiros anos após o início do novo século, apenas como resultado da rápida expansão urbana, a nação perdeu aproximadamente 16 milhões de acres de terra arável. De acordo com os dados do Ministério das Florestas, em 1997 a área total de deserto ou terra desertificada era de 1.689 milhões de quilômetros quadrados, representando 17,6 por cento da área total do país. O número cresceu para 1,74 milhões de quilômetros quadrados em 2004, representando 18,1 por cento da área total do país. A erosão do solo na China é a mais grave de qualquer país do mundo, com áreas erodidas respondendo por 38 por cento do território do país. Mais de 90 por cento das pastagens naturais na China se degeneraram, e o aumento anual das pastagens degeneradas é de 2 milhões de hectares. Em 471 condados de 18 províncias e regiões, as terras aráveis e as terras natais de quase 400 milhões de pessoas estão sendo ameaçadas pela desertificação.
Pan Yue, Diretor Adjunto da SEPA, certa vez apontou no Fortune Forum de 2005 que, no ritmo atual, em 15 anos, a China terá apenas seis dos atuais 45 principais recursos minerais. Em cinco anos, mais de 70% do petróleo da China terá que ser importado. Atualmente, 40% do sistema fluvial principal tornou-se água de baixa qualidade, imprópria até para irrigação ou paisagismo; mais de 300 milhões de pessoas que vivem em áreas rurais não têm água potável para beber; mais de 400 milhões de habitantes de cidades respiram ar perigosamente poluído e, portanto, 15 milhões de pessoas sofrem de doenças brônquicas e câncer do trato respiratório.
Além disso, em 2003 o volume total de emissão de dióxido de enxofre, principal poluente atmosférico do país, ultrapassou em 80% a capacidade do meio ambiente. As regiões em que houve chuva ácida representaram aproximadamente 30% da área nacional plantada; o processamento de desintoxicação do lixo urbano ficou abaixo de 20%; apenas 21,5% dos resíduos industriais perigosos são tratados de maneira adequada; quase um terço (33,2 por cento) de todos os resíduos perigosos é armazenado de forma inadequada. Quando os resíduos perigosos se acumulam, eles se tornam uma fonte significativa de poluição do ar, do solo, das águas superficiais e subterrâneas. Cinco das dez cidades mais poluídas do mundo estão na China.
É importante notar que, com a estratégia de desenvolvimento centrada no PIB de Jiang, ele apenas desejava receber crédito pela taxa de crescimento anual do PIB de 8 por cento, mas não assumiu a menor responsabilidade pelas perdas causadas pela chuva ácida no ecossistema, saúde humana, infraestrutura e artefatos culturais. Ao fazer seus cálculos, ele obviamente negligenciou as altas despesas médicas que os moradores urbanos e rurais tiveram que arcar porque adoeciam devido à poluição do ar e da água.
As estatísticas indicam que, como as terras aráveis estão sendo rapidamente desenvolvidas para usos urbanos, atualmente o número total de agricultores na China que perderam suas terras agrícolas é de cerca de 40 milhões, e aumenta em mais de 2 milhões por ano. Em fevereiro de 2005, Pan Yue, em entrevista à mídia, citou especialistas dizendo que, como a vasta área ocidental e as áreas ecologicamente vulneráveis têm dificuldade de sustentar a população existente, 22 províncias e cidades precisam transferir 186 milhões de pessoas, mas províncias e cidades que poderiam acomodar mais pessoas, como Guangdong, Pequim, Tianjin, Xangai, Liaoning, Zhejiang, Fujian, Heilongjiang e Hainan, poderiam abrigar no máximo 30 milhões de pessoas. Isso significa que 150 milhões de pessoas se tornariam refugiados ecológicos.
O Índice de Sustentabilidade Ambiental (ESI), divulgado pelo Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, indicou que, entre 144 países e regiões do mundo, a China ficou em 123º lugar, ou 14º lugar a partir de baixo.
Alguns disseram que o século 21 é “o século da ascensão da China”. Mas a questão é: podem os recursos ecológicos que sobraram, depois de terem passado pelo saque e destruição sob Jiang, sustentar a enorme nação chinesa?
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