Os chineses que possuem alguma crença espiritual têm sido perseguidos desde que o Partido Comunista Chinês (PCCh) tomou o poder em 1949. Eles têm sido presos, torturados, jogados em campos de trabalho forçado como prisioneiros de consciência e até mesmo mortos, sendo a extração forçada de órgãos de prisioneiros ainda vivos o ápice dessa maldade.
Budismo tibetano
O Tibete fazia parte da última dinastia da China, embora tenha mantido um governo autônomo até a vitória do Partido Comunista Chinês em 1949. A perseguição ao Budismo Tibetano e à cultura tibetana começou em 10 de julho de 1950, quando tropas da recém-formada China comunista ocuparam partes da região e derrotaram as forças militares locais.
Mas no início de 1957, o governo tibetano se rebelou por causa das severas políticas religiosas e econômicas do Partido Comunista Chinês, devido ao regime chinês ser ateísta e totalitário.
Para inviabilizar a rebelião, o Partido Comunista Chinês causou terror e destruição em massa. Muitos civis tibetanos foram torturados e mortos e o exército chinês destruiu edifícios e templos. As filhas de tibetanos que expressaram seu descontentamento foram despidas e abusada sexualmente por soldados chineses. Para humilhar o budismo tibetano, muitas monjas foram vítimas de estupro coletivo e ambos, monges e monjas, foram forçados a se casar para assim quebrar seus votos de celibato.
O Tibete foi vítima da campanha “Grande Salto Adiante”, que resultou na morte por inanição de dezenas de milhões de pessoas em toda a China. Um milhão de tibetanos morreram porque foram forçados a abandonar seu estilo de vida nômade e se juntar a fazendas comunais ineficientes.
Durante a Revolução Cultural (1966-1976), soldados vermelhos destruíram milhares de mosteiros tibetanos. Poucos escaparam.
Atualmente, o Partido Comunista Chinês continua perseguindo os budistas tibetanos e impõe a eles políticas que discriminam os cidadãos e a cultura tibetana.
Cristão chineses
O Partido Comunista Chinês teme as religiões, porque exige que as pessoas depositem sua fé nos ensinamentos de Karl Marx, não nos deuses. Os cristãos não são exceção e foram perseguidos e mortos em grande número desde o início do governo comunista. Atualmente, o PCCh só permite que o cristianismo seja praticado por seguidores de igrejas controladas pelo PCCh. Os católicos chineses não podem reconhecer a autoridade do Vaticano, por exemplo.
Os cristãos que escolhem participar de congregações que não são controladas pelo Partido Comunista Chinês podem ser presos e enviados para realizar trabalho escravo. Em 2014, mais de 2 mil cruzes foram retiradas das igrejas em Zhejiang, geralmente sob a desculpa de que violam as normas de construção. Padres foram presos e alguns deles foram mortos sob custódia.
China Aid informou: “Em resposta ao crescimento do cristianismo na China, o regime chinês lançou diversas campanhas para perseguir tanto as igrejas domésticas como as igrejas autorizadas pelo governo do ‘Movimento das Três Autonomias’ em toda a China: ofendendo, abusando, prendendo e, em muitos casos, condenando à prisão os sacerdotes e membros da igreja.”
“É justo dizer que o rápido crescimento do número de cristãos na China na última década desencadeou uma sensação única de crise dentro do Partido Comunista Chinês. Como a fé cristã continua crescendo na China, o mesmo acontece com o número de cidadãos chineses que abraçam o Estado de direito, se opõem ao governo totalitário e apoiam a expansão da sociedade civil. O contínuo crescimento do número de igrejas domésticas tanto em áreas rurais como urbanas é percebido pelo PCCh como uma séria ameaça; a repressão contra o Budismo Tibetano, o Islamismo em Xinjiang e os praticantes de Falun Dafa, ainda persiste.”
Praticantes do Falun Dafa
O povo chinês pratica meditação e cultivo espiritual há milhares de anos. Na década de 1980, a China experimentou o auge da prática qigong, com milhões de pessoas fazendo exercícios tradicionais, como o Tai Chi.
Falun Dafa (também conhecido como Falun Gong) é uma prática com raízes milenares que foi apresentada ao público na China em 1992. Por ser gratuito, fácil de aprender e eficaz na melhora da saúde física e mental das pessoas, ganhou rápida popularidade e chegou a cerca de 100 milhões de praticantes em apenas 7 anos. O regime chinês inicialmente apoiou Falun Dafa porque ele ensina a seus praticantes como aplicar os princípios da Verdade, Compaixão e Tolerância na vida diária, assim estabilizando a sociedade e diminuindo os gastos com a saúde pública.
No entanto, alguns membros do regime comunista consideraram que as crenças tradicionais e a moralidade do Falun Dafa constituíam uma ameaça ao poder do Partido Comunista Chinês. Jiang Zemin, líder do Partido naquele tempo, comandou a propaganda de Estado para difamar o Falun Dafa e caracterizá-lo como uma seita perigosa. Em julho de 1999, ordenou o início de uma campanha nacional para destruir esta prática pacífica e apolítica.
A polícia em todo o território chinês prendeu milhares de praticantes de Falun Dafa, que então se tornou o maior grupo perseguido por suas crenças na China. Muitos foram torturados até a morte ou obrigados a realizar trabalhos forçados.
Desde 2006, investigações de direitos humanos mostram que o Partido Comunista Chinês realiza a extração forçada de órgãos de praticantes de Falun Dafa enquanto ainda vivos. Um relatório feito em conjunto pelo ex-deputado canadense, David Kilgour, o advogado de direitos humanos, David Matas, e o jornalista, Ethan Gutmann, compila os dados comunicados publicamente por hospitais em toda a China, para mostrar que o que eles dizem tem uma enorme discrepância com os números oficiais de transplantes realizados em todo o país. O relatório revela que o Partido Comunista, médicos e hospitais são todos cúmplices.
“O Partido Comunista diz que o número total de transplantes legais é de cerca de 10 mil por ano. Mas podemos facilmente exceder o número oficial apenas analisando as informações de dois ou três dos maiores hospitais”, disse o advogado de direitos humanos David Matas.
“O regime chinês tem extraído órgãos para venda por tempo demais e temos provas contundentes de que os praticantes de Falun Dafa são escolhidos para ter seus órgãos retirados”, disse o deputado Chris Smith, que co-preside o Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
Em um comunicado publicado na web, a representante Ileana Ros-Lehtinen, ex-presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, disse que o “horrendo e desumano roubo da liberdade das pessoas, o encarceramento em campos de trabalho ou prisões e a posterior execução e remoção de órgãos para transplante [perpetrados pelo regime chinês] está além da compreensão e deve ser combatido universalmente e encerrado incondicionalmente. ”
Em 13 de junho de 2016, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a Resolução 343 que condena a retirada forçada de órgãos e exorta a China a acabar com a perseguição ao Falun Dafa. Resoluções semelhantes foram aprovadas na Europa e Israel.
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