New York Times romantiza ideologia que assassinou 100 milhões de pessoas inocentes

12/03/2020 21:50 Atualizado: 12/03/2020 21:50

Por Joshua Philipp

Há quase 100 anos desde a Revolução de Fevereiro, na Rússia, a qual foi usada pelos Bolcheviques de Vladmir Lenin para lançar um golpe de Estado em 1917, dando início a um século de governança comunista mundo afora, marcado por decadência social, fome e genocídio.

O The New York Times criou uma nova série de artigos a respeito do comunismo em sua comemoração, dos quais o primeiro, em 24 de fevereiro, omite qualquer menção dos crimes contra a humanidade perpetrados sob julgo comunista. Ao invés, discorre alegremente sobre os ideais do comunismo e questiona se chegaremos a presenciar a “fênix ascender das cinzas da história”.

Quase todos concordam que Adolf Hitler foi um monstro, cujo regime totalitário sistematicamente assassinou 6 milhões de judeus, entre outras vítimas. No total, 11 milhões de pessoas morreram no holocausto.

Ainda assim, sob uma perspectiva similar, por que tantos acadêmicos que opõe-se ao fascismo aparentam apoiar o comunismo, o qual matou, de acordo com diversas estimativas, entre 100 milhões e 150 milhões de pessoas? São muitas vezes mais do que os mortos sob as ações de Hitler.

A Cambodian cries as he holds his dead daughter killed when Khmer Rouge insurgents sheiled Prek Phnau, eight miles North of Phnom Penh in Cambodia an. 10, 1974. (AP Photo/Chor Yuthy)
Um cambojano chora ao segurar sua filha morta quando os rebeldes do Khmer Vermelho atacaram Prek Phnau, norte de Phnom Penh, Camboja, em 1974 (Foto: AP / Chor Yuthy)

Somente no Camboja, Pol Pot e seu Khmer Vermelho assassinaram um quarto de sua própria população no que agora lembra-se como “campos de matança”. Assim como os nazistas, de forma sádica, paralela a de um serial killer, o Khmer Vermelho fotografou muitas de suas vítimas – homens e mulheres jovens, os idosos, e mesmo crianças pequenas – antes de dispararem-lhes tiros, sufocá-los com sacos plásticos, ou golpeá-los até a morte com bastões.

Também podemos em grande parte concordar que a proteção de culturas indígenas e crenças tradicionais é uma causa nobre.

Sob a autoridade comunista, estas mesmas culturas e crenças repetidamente foram assinaladas para a exterminação. Com sua própria ideologia de ateísmo e dialética marxista, a contínua posição dos regimes comunistas é de que suas próprias perspectivas são as máximas do progresso humano e de que todas as outras ideias deveriam ser esmagadas pela violência.

Josef Stalin reuniu quase todos os muçulmanos tártaros da Crimeia e os enviou para campos de concentração, onde eles foram assassinados em dezenas de milhares. O Partido Comunista Chinês ainda persegue budistas tibetanos, uigures, cristãos não registrados às associações do partido e praticantes de Falun Gong em grande escala.

Os regimes comunistas ainda empossados na China e na Coreia do Norte também continuam a usar gulags e vastas redes de campos de trabalho que remontam aos métodos de Stalin.

A publicação do The New York Times parece especialmente afixada aos dias de Lenin. Ela destaca, em um exemplo romântico, um dos leais seguidores de Lenin, Semyon Kanatchikov, que “abandonou a pobreza rural por um emprego nas fábricas e a maravilha da modernidade”.

A man and woman with body parts of children in front of them. A famine in Russia between 1921 and 1922 is estimated to have killed 5 to 10 million people. (Public Domain)
Um homem e uma mulher em pé atrás das partes do corpo das crianças que haviam comido parcialmente. Estima-se que uma fome na Rússia entre 1921 e 1922 tenha matado de 5 a 10 milhões de pessoas (Domínio Público)

Kanatchikov é um bom exemplo neste caso. Ele, como a maioria dos iludidos pelo comunismo, parecia realmente acreditar que este daria à humanidade uma saída – de que criaria o paraíso na terra, tal qual todos os líderes comunistas de Lenin a Kim Jong Un haviam prometido.

Kanatchikov foi em última instância expurgado por Stalin e morreu em um gulag em 1940.

Lenin possuía uma frase rude para pessoas como Kanatchikov. Ele referia-se aos idealistas que ajudariam líderes comunistas a ascender ao poder como “idiotas úteis”, já que estas pessoas comumente acabariam presas ou assassinadas.

A história presenciou muitos destes casos. Mao Tsé-Tung elogiava seus seguidores entre os estudantes chineses, para os quais criou a Guarda Vermelha. Durante a Revolução Cultural das décadas de 1960 e 1970, Mao usou a Guarda Vermelha como sua gang pessoal de capangas para atacar, humilhar ou matar os proprietários de terra “direitistas”, ou qualquer um que não houvesse estudado seus próprios ensinamentos a fundo o suficiente.

Quando a Guarda Vermelha passou não ter mais utilidade para Mao, ele despachou-os aos campos como trabalhadores braçais.

Enquanto os revisionistas marxistas da história ainda argumentam que o comunismo simplesmente nunca foi implementado apropriadamente – descartando 100 anos de exemplos fracassados – eu questionaria quantas vezes a humanidade ainda precisa cair na mesma armadilha antes de aprender a seguir por outro rumo.

Em cada instância, em cada país em que foi experimentado, o comunismo tem trazido ondas de morte e miséria.

Para as pessoas que viveram sob a autoridade comunista – inclusive aquelas que escaparam de Berlin Oriental, aquelas que fugiram da União Soviética, aquelas sobrevieram os campos de morte do Khmer Vermelho, e as incontáveis outras ainda sendo perseguidas por regimes comunistas hoje em dia em países incluindo a China e a Coreia do Norte – a publicação do The New York Times parece pouco diferente de uma desculpa para o nazismo, uma desculpa para o extermínio cultural, a tortura e o genocídio.

Estima-se que o comunismo tenha provocado a morte de pelo menos 100 milhões de pessoas, ainda assim, seus crimes não foram compilados em sua totalidade e sua ideologia ainda persiste. O Epoch Times busca expor a história e os dogmas deste movimento, o qual tem sido uma fonte de tirania e destruição desde a incepção.

Veja a série complete de artigos aqui.

Os pontos de vista expressos neste artigo são as opiniões do autor e não necessariamente refletem as perspectivas do Epoch Times.