Por Jack Phillips
Há 50 anos, o dia 6 de março foi marcado por um ato de repúdio à União Soviética e seu antigo líder, Josef Stalin.
A filha de Stalin, Svetlana Alliluyeva, desertou o país comunista rumando aos Estados Unidos em 6 de março de 1967. Apesar de ser a filha de um autocrata com poder quase ilimitado, a vida familiar de Svetlana foi imersa em tragédias – frequentemente oriundas de seu pai.
Sua mãe faleceu quando ela tinha 6 anos de idade. Oficiais lhe contaram que a causa da morte foi apendicite, mas posteriormente seria revelado que ela cometera suicídio. “Ela era como uma inimiga”, Svetlana lembra o que seu pai lhe disse. Durante o Terror Vermelho da década de 1930, Stalin não poupou sua família. A tia e o tio de Svetlana foram presos por Stalin como “inimigos do povo” e depois executados.
“Não se pode se arrepender de seu destino”, confessou ela, “apesar de eu me arrepender de minha mãe não ter se casado com um carpinteiro”.
Seus irmãos não tiveram melhor sorte. Seu desprezado filho, Yakov Dzhugashvili, tentou se suicidar depois de entristecer-se com um romance fracassado. Stalin somente disse “ele não consegue nem atirar direito”.
Em 1941, se alistou ao Exército Vermelho e serviu como tenente. No primeiro dia de guerra, Stalin, a quem historiadores creditam 20 milhões de mortes, lhe disse: “Vá e lute”. Mas quando foi capturado pelos nazistas em julho, Stalin lhe ignorou, já que acreditava que prisioneiros eram traidores à União Soviética. “Não há prisioneiros de guerra”, disse ele uma vez, “somente traidores da pátria”.
Os nazistas utilizaram a captura de Yakov em seus panfletos de propaganda. Dois anos depois, à época da captura de um general nazista pelos soviéticos, Friedrich Paulus, os alemães pediram que houvesse uma troca de prisioneiros. Stalin respondeu com a agora infame declaração: “Eu não trocarei um marechal por um tenente”, exacerbando a natureza cruel de seu reinado.
Durante anos, propagandistas alemães desorientaram historiadores ao dizer que Yakov foi morto enquanto tentava escapar de um campo de prisioneiros de guerra. Posteriormente foi revelado que ele arremessou a si próprio contra a cerca elétrica do campo em um ato suicida. Aparentemente, ele não suportou a vergonha do massacre perpetrado por Stalin contra 15,000 poloneses em Katyn.
Descrito como uma “criança mimada”, Vasily Dzhugashvili, o outro filho de Stalin, utilizou o nome de seu pai para assegurar uma rápida ascensão através das patentes militares e promoções de ofício.
Seu alcoolismo e temperamento forte o fizeram impopular entre o alto escalão na União Soviética, e ele temia que se seu pai morresse, o sucessor de Stalin lhe “espedaçaria”. Ele estava certo.
O Ministério da Defesa, sob o comando de Nikita Khrushchev, ordenou que ele vigiasse uma guarnição próxima a Moscou, o que se recusou a fazer. Ele passou o restante de seus anos entrando e saindo da prisão como um alcoólatra, morrendo em março de 1962 com 40 anos de idade após anos de abuso de bebidas lhe tomarem a vida.
“A sua vida foi trágica de certa forma”, escreveu Svetlana.
Antes de morrer, Stalin administrava minuciosamente as liberdades de Svetlana. Ele a proibiu de estudar literatura na Universidade Estadual de Moscou e a proibiu de casar-se com seu namorado judeu, a quem ele mandou para um gulag na Sibéria. Quando ela mais tarde casou-se com outro homem judeu, Stalin, que estava cada vez mais desconfiado de judeus, recusou-se a conhecê-lo.
Em 1967, Svetlana apaixonou-se depois por um comunista indiano visitando Moscou para receber tratamento médico. Ele morreu em Moscou e as autoridades soviéticas a permitiram ir à Índia para espalhar suas cinzas pelo rio Ganges. No entanto, ela aproveitou a oportunidade para fugir para os Estados Unidos.
“Bem, você provavelmente não vai acreditar”, disse ela a um diplomara americano, “mas eu sou a filha de Stalin”, de acordo com o livro “A Filha de Stalin” (tradução livre) da biógrafa Rosemary Sullivan.
Após viver por um curto período em Genebra, na Suíça, ela eventualmente chegou aos Estados Unidos. Em uma coletiva de imprensa, ela criticou seu pai como um “monstro em sua moral e espírito” antes de queimar o seu passaporte soviético.
Mas após a morte de seu pai, ela compartilhou que a sombra de Stalin a seguia.
“Onde quer que eu vá, seja à Austrália ou a alguma ilha, eu sempre serei uma prisioneira política do nome de meu pai”, disse ela.
Nascida em 1926 na antiga união soviética, ela morreu em um lar de idosos em 2011 com 85 anos de idade.
Estima-se que o comunismo tenha provocado a morte de pelo menos 100 milhões de pessoas, ainda assim, seus crimes não foram compilados em sua totalidade e sua ideologia ainda persiste. O Epoch Times busca expor a história e os dogmas deste movimento, o qual tem sido uma fonte de tirania e destruição desde a concepção.
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