Por Jack Phillips
Um sobrevivente dos notórios campos comunistas de tortura do Khmer Vermelho revelou que ele e os outros presos eram forçados a comer insetos para não morrer de fome – além de comerem suas refeições ao lado dos cadáveres de ex-condenados.
Vann Nath, um artista cambojano, é um entre apenas sete sobreviventes do notório campo secreto do Khmer Vermelho chamado S-21. Cerca de 14.000 homens, crianças e mulheres foram torturados, interrogados e executados durante o regime de extrema-esquerda do Khmer Vermelho encabeçado por Pol Pot que governou o país entre 1975 e 1979, de acordo com sua biografia.
Nath explica que ele foi mantido vivo por suas habilidades artísticas para que pudesse pintar quadros e fazer esculturas de Pol Pot, que presidia uma ditadura totalitária inspirada em Mao Tsé-Tung, forçando moradores urbanos a trabalhar em fazendas coletivas.
Pol Pot, essencialmente, tentou levar o Camboja de volta à Idade Média em um insistente formato de engenharia social que acabou em catástrofe. Execuções, condições extremas de trabalho, e outros fatores mataram um quarto da população cambojana durante a campanha do “Ano Zero” – na qual Pol Pot declarou que a nação começaria de novo. De uma população de 8 milhões, pelo menos 1,7 milhões de pessoas morreram.
Muitos que foram torturados em Tuol Sleng – a prisão onde Nath ficou detido entre janeiro de 1978 e janeiro de 1979 – foram enviados para os ditos “campos de matança” próximos a Phnom Penh.
“Meu sofrimento não pode ser apagado – as memórias continuam a me assombrar”,disse ele em um julgamento há vários anos. Nath complementou: “Estávamos com tanta fome, comíamos os insetos que caiam do teto”.
“Agarrávamos e comíamos eles rápido para evitar sermos vistos pelos guardas”, disse, de acordo com o The Independent.
“Comíamos nossas refeições ao lado de cadáveres, e não ligávamos porque éramos como animais. As condições eram tão desumanas e a comida era tão pouca. Eu cheguei a pensar que comer carne humana seria uma boa refeição.”
Sob o julgo do Khmer Vermelho, que avidamente buscava emular o Partido Comunista Chinês, qualquer um que acreditasse-se ser um intelectual era morto. Pessoas eram mortas por usar óculos.
A única razão pela qual não fui morto, diz Nath, era porque eu conseguia pintar retratos de Pol Pot. O guarda que o havia prendido, apelidado de “Camarada Holandês”, sabia e o manteve por perto. “Eu sobrevivi porque o Holandês se sentia bem quando entrava no meu ateliê”, relatou.
Mas antes disso, o Holandês o teria eletrocutado, espancado e arrancado suas unhas. Ele e outros prisioneiros também suportaram “afogamento simulado” e eram alimentados com 6 colheres de chá de mingau de arroz por dia.
O regime eventualmente foi deposto em 1979 por tropas vietnamitas após diversos conflitos violentos na fronteira. Pol Pot e algumas de suas forças viram-se obrigados a recuar floresta a dentro, onde o ex-ditador morreu em 1998.
O regime seguia uma doutrina marxista-leninista, a qual insiste que os governantes da “velha sociedade”, como os proprietários de terras, os capitalistas, os líderes governamentais e os comandantes militares são “inimigos de classe”, e que portanto, podem ser alvejados para eliminação pelo governo.
Mas de acordo com o grupo Genocide Watch, que advoga por direitos humanos, “os cambojanos já tinham distinguido as pessoas da cidade e as pessoas do campo, considerando as pessoas da cidade mais corruptas” antes de o Khmer Vermelho assumir o poder. O regime entendia ser natural rotular as pessoas da cidade como “nova gente”, que não estava “purificada” pela revolução, e eram considerados menos morais ou mais corrompidos por estrangeiros do que a gente do campo. Eram, portanto, considerados traidores e inimigos de classe e eram enviados a fazendas coletivas, frequentemente para morrer.
Estima-se que o comunismo tenha provocado a morte de ao menos 100 milhões de pessoas, ainda assim, seus crimes não foram compilados em sua totalidade e sua ideologia ainda persiste. O Epoch Times busca expor a história e os dogmas deste movimento, o qual tem sido uma fonte de tirania e destruição desde a concepção.
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