O grupo Walmart, maior rede varejista mundial, comunicou que vai se associar, a partir de setembro, com a gigante da internet Google nas vendas de seus produtos on-line, uma união que tem como objetivo competir com outra gigante, a Amazon, um “inimigo” em comum. O Google Express, comércio eletrônico pertencente à empresa de buscas, vai passar a vender produtos do Walmart, no que se configura uma cartada iminentemente ameaçadora para a Amazon.
“A partir do fim de setembro, trabalharemos com o Google para produtos que poderão ser comprados por voz, por meio do Google Asistant”, declarou Marc Lore, diretor de comércio on-line do Walmart, através de comunicado publicado no blog da empresa. É a primeira vez que a maior varejista do mundo oferece suas mercadorias em site de terceiros nos Estados Unidos.
Walmart, que anuncia “a maior oferta de distribuição disponível na plataforma”, vai integrar o Google Express, que já possibilita a aquisição de produtos de várias empresas (Costco, as farmácias Walgreen’s etc.).
Pesquisas recentes comprovaram que aproximadamente um terço dos norte-americanos iniciam suas buscas por mercadorias na própria Amazon quando querem comprar alguma coisa on-line. A associação anunciada nessa quarta-feira (23/08) não vai exatamente alterar esse número porque o tamanho do catálogo e a eficiência de entrega da empresa de Jeff Bezos não serão ultrapassados tão cedo.
O Google, cuja matriz é o grupo Alphabet, prometeu “centenas de milhares de produtos (…), de detergentes a Legos”, através de uma nota assinada por um de seus diretores, Sridhar Ramaswamy.
De acordo com o anúncio feito por Google e Walmart, a parceria não está muito relacionada com as compras no presente, mas sim com o futuro. A utilização de assistentes eletrônicos como o Google Home e o Google Assistant, por exemplo, está prevista.
Assim para o Google como para o Walmart, esta junção proporciona inúmeros benefícios. Clientes do Walmart vão poder conectar suas contas ao login do Google, e isso vai ajudar o Walmart igualmente a obter dados para prever mais eficientemente os hábitos de consumo da clientela.
Google ganhará credibilidade para sua plataforma, adotando as populares referências do Walmart, enquanto para o Walmart a aliança vai facilitar substancialmente o processo da compra on-line através da voz.
“No que diz respeito ao ‘shopping’ vocal, queremos que seja o mais fácil possível”, declara Lore.
Mesmo não declarando abertamente, as duas empresas resolveram se unir para competir com a Amazon.
Durante anos o WalMart tem enfrentado a ampliação das compras on-line. A Amazon já deu início à competição com o grupo também nas lojas físicas, depois de comprar em junho a rede Whole Foods.
O Google, assim como os outros, quer crescer no comércio on-line, integrando, por exemplo, as novas funções ao assistente pessoal inteligente Google Home. Porém, apesar dos esforços, o grupo ainda fica atrás da Amazon.
Leia também:
• Vencendo o vício da tecnologia
• Apple e Amazon expõem usuários na China
• A internet é “muito grande para falhar”