SÃO PAULO ─ Seria mais um dia como outro qualquer. Pedestres apressados, ansiedade nas filas de bancos, violência e corrupção estampadas nas bancas e uma amostra de suas consequências manifestada no mendigo na calçada, naquele mesmo lugar, ao abrigo daquela mesma árvore. Tudo na mesma.
Eu fazia o mesmo trajeto de sempre. O semáforo abriu. Neste instante, um brilho ofuscou meus olhos. Vinha da árvore. Virei-me e avistei um pequeno quadrado prateado reluzindo em seu tronco. Desisti de atravessar a rua e, indo contra o fluxo, me aproximei. Agora já sem o reflexo da luz solar, pude ver: tratava-se de um código QR (aquela versão quadrada do código de barras)!
Até aí, normal — como outras metrópoles mundo afora, a Prefeitura de São Paulo também vem “tagueando” suas árvores e adotando a identificação botânica em “nuvem”.
Já estava retomando meu trajeto e calculando o tempo perdido, quando o código QR brilhou novamente… E assim permaneceu por coisa de um minuto, como uma lâmpada LED acesa.
Uau, isso é realmente disruptivo! Olhei ao redor, nenhuma retina no fenômeno, todos vestidos de rotina e se movimentando como que programados no game “SimCity”.
Resolvi sacar meu celular e escanear o código. A luz pulsante então se ampliou até se transformar em um portal. “A escolha é sua”, diria aqui o personagem Morpheus do filme “Matrix”, oferecendo a pílula que levaria ao mundo real. Entrei!
Agora um túnel ainda pouco iluminado, literalmente uma passagem secreta! Segui. Ele dava numa escadaria em forma de espiral… Subi vagaroso cada degrau, tateando as paredes. De repente, uma porta. “Olá, tudo bem?” perguntou uma voz. Tremi na base. A silhueta de um homem surgiu.
Era um guardeão. “Não se assuste, sei quem você é. Seu nome está na lista. Você pode entrar”, disse sorrindo, abrindo a porta para mim. Ensaiei um passo à frente, mas, com a luminosidade, me desorientei e acabei tropeçando. Três cambalhotas, e, de repente eu estava em meio a uma multidão.
Eu já tinha ouvido falar do dinheiro digital criptografado que permite transações diretas sem a necessidade de intermediários, mas para mim ainda parecia um assunto de outro mundo. Inclusive as instituições tradicionais ainda estão indefinidas sobre as criptomoedas.
Estamos no futuro? Pensei. Pedi informação sobre em que data e local estávamos, e uma pessoa muito simpática respondeu: “5 de maio de 2018, World Trade Center, São Paulo”. Será Brasil mesmo? E será o mesmo plano dimensional? Finalmente, resolvi acalmar a mente. Meus sentidos então se ampliaram e pude obter as respostas.
Estávamos no presente, mas era o embrião do futuro em franco desenvolvimento. E, acreditem, no Brasil, mas, como a tecnologia, o ambiente e a energia também eram elevados. Projetos e pessoas incríveis na área da criptoeconomia compartilhando suas experiências, colaborando e fechando negócios.
Especialistas, desenvolvedores, educadores, empreendedores, investidores, entusiastas e iniciantes em plena combustão, transbordando criatividade e disposição. Um espetáculo de inovação em soluções emergentes para enfim viabilizar o uso das criptomoedas no cotidiano e assim consolidar a liberdade comercial e a descentralização econômica proporcionadas pela tecnologia blockchain.
Exchanges e operadoras, marketplaces e gateways de pagamento, carteiras digitais e cartões de crédito, novas criptomoedas, servidores de nuvem, plataformas sociais, editoras. Traders, mineradores, educadores, YouTubers, artistas e simpatizantes esbanjando boa vontade e sem medo de serem livres. Uma gama de perfis, do leigo ao “super tech” (no sentido “alien” do termo), do tímido ao hiperativo, do “zen” ao homem de negócios, do jovem ao jurista.
Todos no mesmo espaço em indescritível sinergia pelo mesmo objetivo: apagar a linha divisória entre as relações humanas e comerciais e trazer o aspecto quântico da realidade moderna hiperconectada para a economia diária.
Nesta cobertura especial, o Epoch Times irá mostrar um pouco do que testemunhou durante o maior evento de criptomoedas do país e transmitir aos leitores a alta voltagem da conferência, utilizando um transformador para não queimar vossos terminais.