A diretora de Estratégia de Pesquisa em Inteligência Artificial (IA) do Google, Pilar Manchón, disse nesta quinta-feira que é preciso repensar o ritmo de desenvolvimento desta tecnologia e acrescentou que o melhor é avançar de forma rápida, “mas com calma”.
Manchón, que participou da cúpula tecnológica Ecosystems 2030, realizada na cidade espanhola de La Coruña, disse durante a palestra “Evolution of Artificial Intelligence by 2030″ (Evolução da Inteligência Artificial até 2030, em tradução livre) que é necessário “distinguir fontes de veracidade” em um ambiente digital onde todos os atores estão “com pressa” e afirmou que essa é uma das principais preocupações.
Ela também defendeu que o gerenciamento de todas as informações e conhecimentos disponíveis online exige uma “responsabilidade de melhorar” por parte das “empresas” e dos “acadêmicos”, e acrescentou que é fundamental trilhar um caminho que esteja respaldado por uma “regulamentação” obrigatória.
Sob o lema “Justice Delayed is Justice Denied” (“Justiça atrasada é justiça negada”, em tradução livre), a diretora do Google destacou que países como a China e Estados Unidos já estão tomando medidas sobre a questão da IA e que suas formas de legislar poderiam servir de roteiro para outras nações.
Entre as medidas que deveriam ser abordadas, Manchón ressaltou os limites entre modelos de criação, os conteúdos prejudiciais gerados por IA e o peso de como essas ferramentas se conectam com os seres humanos.
A executiva chamou atenção para a polêmica gerada pela antropomorfização da IA, e disse acreditar que “não há limites” para a humanização dentro da IA. No entanto, ela reiterou que há “coisas boas em trazer novas entidades para esses sistemas”.
“Inteligência é a capacidade de adaptação”, defendeu ela perante o público reunido para sua palestra.
Manchón também aproveitou a ocasião para pedir menos “arrogância” no setor e mais investimentos “em pesquisas responsáveis”, um processo que deve ser gerenciado com “calma”, mas que deve ser adotado.
Segundo ela, se a dinâmica atual for mantida, a humanidade poderá “perder a noção de onde está”.
A Ecosystems 2030 celebrou nesta quinta-feira sua terceira edição, a segunda consecutiva em La Coruña, com mais de 100 participantes e com o objetivo de analisar como a inteligência artificial afetará os modelos econômicos e sociais atuais.
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