Universidade de Cambridge se defende das acusações de Mark Zuckerberg

12/04/2018 16:16 Atualizado: 12/04/2018 16:16

Por Agência EFE

A Universidade de Cambridge contestou hoje (12) as declarações feitas pelo presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, perante o Congresso dos Estados Unidos. Em seu depoimento, ele acusou a instituição e seus pesquisadores de ter feito “coisas indevidas” na coleta de dados da plataforma para a realização de relatórios.

O porta-voz da instituição esclareceu hoje, em comunicado, que a Universidade faz estudos baseados em dados do Facebook há anos, às vezes em colaboração com a empresa; e reiterou que a rede social não forneceu provas que confirmem tais especulações.

“Nossa equipe publica estudos com base nesses dados em prestigiosas revistas científicas desde 2013,” explicou a mesma fonte.

Aleksandr Kogan é professor da Universidade de Cambridge especializado em Psicologia. Zuckerberg o apontou como responsável pela filtragem de dados para a Cambridge Analytica (CA), tendo em vista que ele projetou o programa que recolheu a informação que a Universidade recebeu.

De acordo com o norte-americano, Kogan teria usado a mesma tecnologia utilizada para coletar os dados filtrados pela CA em um estudo publicado em 2015, coescrito com outros dois funcionários do Facebook, onde ele fez uso dos dados de 60 bilhões de usuários para analisar as respostas a uma pesquisa sobre classes e relações sociais.

O escândalo da CA eclodiu há um mês, quando foi revelado que a empresa tinha usado dados de usuários do Facebook para montar perfis psicológicos dos eleitores, supostamente interferindo nos resultados do último plebiscito norte-americano, onde se ad-judicou a presidência dos Estados Unidos, e no referendo para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), ambos realizados em 2016.

Estudantes caminham pela Universidade de Cambridge em Cambridge, no leste de Inglaterra (Tolga Akmen/AFP/Getty Images)
Estudantes caminham pela Universidade de Cambridge em Cambridge, no leste de Inglaterra (Tolga Akmen/AFP/Getty Images)

A Universidade sustenta que a CA não tem relação com a instituição e que o trabalho de Kogan com a empresa foi realizado através de sua própria empresa, a Global Science Research.

Sobre as acusações, a instituição britânica esclareceu que entraram em contato com o Facebook em 21 de março para “pedir provas” que confirmem as acusações e frisou que ainda estão esperando por “uma resposta”.

Zuckerberg antecipou que estava considerando tomar medidas legais contra Kogan, a Universidade e a CA.

O próprio Kogan, dois funcionários da CA e o chefe de tecnologia do Facebook também foram chamados a depor nas próximas semanas.