Por Agência EFE
O famoso aplicativo sueco de streaming de música Spotify completa dez anos neste domingo como “salva-vidas” da outrora florescente indústria fonográfica, que foi gravemente prejudicada pela pirataria na internet.
Com 35 milhões de músicas em seu catálogo, o Spotify continua sendo o serviço de áudio online “mais popular do mundo”, com uma comunidade de 180 milhões de usuários.
Destes, 83 milhões são assinantes que pagam pelo serviço, que está presente em 65 mercados do planeta. Em março, a plataforma chegou à África do Sul, o que representou seu lançamento no continente africano.
O aplicativo também é o serviço que mais proporciona retorno econômico até hoje à indústria musical, com US$ 9,2 trilhões em 31 de dezembro de 2017.
Por cada usuário, a plataforma paga US$ 20 a selos e gravadoras, enquanto o YouTube, outro nome gigante do ‘streaming’, remunera os artistas com menos de um dólar.
Seu desenvolvimento tecnológico começou em 2006 e o lançamento oficial aconteceu dois anos depois, em 2008, alterando a percepção de que era preciso possuir a música em algum tipo de suporte, físico ou virtual, para poder desfrutar da mesma.
Com a revolução digital do início deste século, os consumidores já estavam habituados ao fato de que não era mais preciso adquirir música em suporte físico. No entanto, a facilidade da pirataria pelos meios digitais fez com que, para cada música baixada legalmente, 20 fossem adquiridas de forma ilícita.
Isso fez com que a indústria fonográfica registrasse oito anos de perdas consecutivas, que depois chegariam a 15.
Assim, o setor musical passou de quase US$ 23,3 bilhões de faturamento no ano 2000 para cerca de US$ 17 bilhões em 2008 e chegou ao fundo do poço em 2014, com US$ 14,3 bilhões, o que supôs uma retração de quase 40%, segundo dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês).
Somente nos últimos três anos, a indústria vem retornando para o caminho do crescimento e faturou US$ 17,3 bilhões em 2017, graças ao empurrão dado pelo ‘streaming’, que gerou 38% das receitas totais, após aumentar seu faturamento em 41% de um ano para o outro.
Com a tecnologia de ‘streaming’, o consumidor de música não precisa mais adquirir um disco completo se estiver interessado em apenas uma canção, uma situação semelhante ao que acontecia quando as gravadoras lançavam álbuns e singles em suporte físico.
A maior sombra sobre o futuro do Spotify, no entanto, está relacionada com seu equilíbrio econômico, já que, desde a sua fundação, vem registrando prejuízos. Em 2017, a companhia fechou o ano com perdas de US$ 1,5 bilhão.
Por outro lado, suas receitas vêm progredindo e chegaram a US$ 4,99 bilhões no ano passado e o valor de suas ações na Bolsa de Nova York seguem acima do preço de seu lançamento. EFE
jhv-fc/rpr