Os professores John J. Hopfield, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e Geoffrey E. Hinton, da Universidade de Toronto, no Canadá, foram agraciados com o Prêmio Nobel de Física de 2024.
Eles foram reconhecidos por suas pesquisas inovadoras que estabeleceram as bases do Aprendizado de Máquina, considerado um dos pilares fundamentais da inteligência artificial.
As contribuições de Hopfield e Hinton permitiram avanços significativos no desenvolvimento de redes neurais artificiais, tecnologia que imita o funcionamento do cérebro humano.
Essas redes são essenciais para que sistemas de IA possam realizar tarefas complexas, como reconhecimento de fala e imagem, de forma autônoma.
Hopfield desenvolveu a chamada “memória associativa”, capaz de armazenar e reconstruir imagens e outros padrões em dados, o que ficou conhecido como a rede de Hopfield.
A partir desse trabalho, Hinton avançou a ideia ao criar a máquina de Boltzmann, uma rede neural que utiliza um método diferente para identificar padrões em dados de forma autônoma.
Ele empregou ferramentas da física estatística para criar a máquina de Boltzmann, capaz de classificar imagens e até gerar novos exemplos com base nos padrões nos quais foi treinada. Sua inovação foi fundamental para o início do desenvolvimento acelerado do aprendizado de máquina (“machine learning”).
O valor total do prêmio é de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5,8 milhões), que será dividido entre os dois cientistas.
O Nobel de Física é o segundo Nobel a ser entregue neste ano.
Na segunda-feira (7), os cientistas Gary Ruvkun e Victor Ambros foram laureados com o Nobel de Medicina pela Assembleia do Instituto Karolinska, na Suécia. A dupla foi reconhecida por sua descoberta do microRNA e seu papel crucial na regulação genética pós-transcricional.
“A incrível descoberta do microRNA revelou um princípio completamente novo da regulação genética que se tornou essencial para organismos multicelulares, incluindo humanos”, disse o júri ao entregar o prêmio aos pesquisadores.
O Prêmio Nobel de Medicina já foi concedido 114 vezes, laureando um total de 227 pessoas. Instituídos em 1895 pelo químico e inventor sueco Alfred Nobel, criador da dinamite, os prêmios começaram a ser entregues em 1901, reconhecendo contribuições notáveis à ciência e à humanidade.