Pesquisadores brasileiros desenvolvem bateria flexível de chumbo com nanotecnologia

A inovação brasileira pesa entre 1 e 2 kg, enquanto uma bateria tradicional tem peso médio de 14 kg.

Por Redação Epoch Times Brasil
10/10/2024 21:03 Atualizado: 10/10/2024 21:03

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) está à frente de uma inovação que promete transformar o mercado de armazenamento de energia: uma bateria de chumbo flexível e leve.

Essa nova tecnologia se diferencia das baterias de chumbo convencionais, que são rígidas e pesadas, limitando suas aplicações em dispositivos modernos e portáteis.

De acordo com Ana Bonasa, do portal Nunca Vi 1 Cientista, as baterias tradicionais são amplamente utilizadas em veículos e outros equipamentos, mas suas características físicas restringem seu uso em tecnologias mais avançadas. 

A nova bateria do Ipen, por sua vez, abre possibilidades para utilização em eletrônicos, veículos elétricos, sensores e até microssatélites.

Almir Oliveira Neto, químico do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen e líder do projeto, explicou como funciona essa bateria inovadora em entrevista à revista Pesquisa Fapesp — da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Ele destacou que, enquanto as baterias convencionais utilizam eletrodos metálicos, a nova abordagem do Ipen incorpora nanopartículas de chumbo fixadas num tecido de carbono flexível. Essa configuração não apenas reduz o peso, mas também melhora a condutividade em comparação ao chumbo metálico.

A nanotecnologia é uma ciência que estuda a manipulação da matéria numa escala atômica e molecular lidando com estruturas entre 1 e 100 nanômetros.

Estrutura sólida e mais segura

Outro aspecto importante da nova bateria é sua estrutura. A pesquisa revela que a utilização de uma substância sólida para a movimentação de íons, em vez do tradicional eletrólito líquido, proporciona maior segurança.

Essa mudança evita vazamentos e diminui a corrosão interna, resultando em vida útil mais longa para a bateria. A bateria em fase de protótipo mede aproximadamente 5 centímetros quadrados e possui uma espessura de apenas 1,2 milímetro.

Os pesquisadores do Ipen estão animados com o potencial dessa nova tecnologia e buscam desenvolver melhorias nas próximas etapas do projeto. Entre as metas, está a redução dos custos dos materiais utilizados e o desenvolvimento de processos para a fabricação em larga escala, o que poderá viabilizar a comercialização da bateria no futuro.

A inovação no setor de armazenamento de energia é fundamental para atender à crescente demanda por dispositivos cada vez mais compactos e eficientes.

Caso a bateria flexível de chumbo se mostre viável para produção em massa, poderá não apenas expandir as aplicações atuais das baterias, mas também impulsionar o uso de tecnologias de alta performance em diversos setores, desde a eletrônica até o espaço.