O Pentágono anunciou na noite de terça-feira que formará um novo grupo para investigar relatos sobre a presença de Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAP) em espaço aéreo restrito dos EUA.
A criação da nova divisão, o Grupo de Identificação e Sincronização de Gerenciamento de Objetos Aerotransportados, foi dirigida pela vice-secretária de defesa do presidente Joe Biden, Kathleen Hicks.
Isso levará a um esforço para “detectar, identificar e atribuir objetos” em espaço aéreo restrito, bem como mitigar quaisquer ameaças a voos militares e à segurança nacional, afirmou o Departamento de Defesa em um comunicado à imprensa.
“Incursões de qualquer objeto aerotransportado em nosso SUA (Espaço aéreo de uso restrito) representa questões de segurança de voo e operações, e pode representar desafios à segurança nacional”, relatou o comunicado de imprensa do Pentágono.
O novo grupo, que sucederá a Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados da Marinha dos EUA, será supervisionado pelo Subsecretário de Defesa para Inteligência, o diretor do Estado-Maior e funcionários do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional.
O anúncio segue um relatório de nove páginas (pdf) divulgado pelo governo em junho, descrevendo 144 observações de UAPs, das quais 11 “quase causaram acidentes” para pilotos militares.
O relatório foi emitido pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (DNI) em conjunto com uma força-tarefa UAP liderada pela Marinha dos EUA, e citou os 11 “casos documentados em que os pilotos relataram que quase sofreram acidentes com um UAP” como exemplos de “preocupações constantes com o espaço aéreo”. Os aviadores são obrigados a relatar tais preocupações ao encontrarem riscos à segurança, observa.
“O UAP representa um perigo para a segurança de voo e pode representar um amplo risco se alguns casos apresentarem uma coleta sofisticada contra atividades militares dos EUA por um governo estrangeiro ou demonstrar uma tecnologia aeroespacial inovadora por um adversário em potencial”, afirmou o relatório.
Ele acrescentou, no entanto, que os analistas de defesa e inteligência carecem de dados suficientes para determinar a natureza do UAP observado pelos pilotos militares, destacando que eles podem pertencer a categorias explicativas, como sistemas adversários estrangeiros, fenômenos atmosféricos naturais ou “outros”. Entre o público, especulações de tecnologia extraterrestre surgiram como uma possível explicação para alguns casos.
“O UAP representa claramente um problema de segurança de voo e pode representar um desafio para a segurança nacional dos EUA”, afirmou o relatório, acrescentando que o fenômeno “provavelmente carece de uma única explicação”.
O Pentágono, em seu anúncio na terça-feira, observou que o relatório divulgado em junho “identificou a necessidade de fazer melhorias em processos, políticas, tecnologias e treinamento visando melhorar nossa capacidade de entender o UAP”.
O senador Marco Rubio (Republicano da Flórida) afirmou em maio que os membros do Congresso e outras autoridades precisam investigar seriamente os OVNIs e a ameaça potencial que eles representam.
Em uma fala ao “60 Minutes” CBS News, o republicano da Flórida descreveu um “estigma no Capitólio”, no qual alguns legisladores “estão muito interessados neste tópico”, mas alguns “riem quando você o menciona”. No entanto, ele advertiu: “Não acho que podemos permitir que o estigma nos impeça de ter uma resposta para uma questão realmente fundamental”.
O programa da CBS News também entrevistou o ex-tenente da Marinha, Ryan Graves, o qual afirmou que esses objetos poderiam ser tecnologia desenvolvida pela Rússia ou pelo regime comunista chinês.
O departamento declarou que divulgará mais detalhes sobre a estrutura do grupo, recursos e indivíduos envolvidos nas próximas semanas.
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