Uma equipe de pesquisadores brasileiros fez um avanço empolgante no campo da biotecnologia, criando uma pele artificial 3D que replica com precisão a estrutura humana.
Desenvolvida no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), essa pele promete revolucionar tratamentos médicos e testes de produtos, substituindo testes em animais e abrindo novas possibilidades em várias áreas da saúde.
O estudo, publicado na Communications Biology, apresenta a Human Skin Equivalent with Hypodermis (HSEH), uma pele completa, com camadas que vão da epiderme à hipoderme.
Essa inovação é fundamental para entender melhor as doenças de pele e melhorar tratamentos como os de queimaduras, além de servir como modelo para a indústria farmacêutica e cosmética.
Ana Carolina Migliorini Figueira, coordenadora do projeto no LNBio, explicou que a equipe foi capaz de criar um modelo de pele completa, que inclui as três camadas fundamentais: a epiderme, a derme e a hipoderme.
“Dessa forma, foi possível obter um modelo do órgão com características muito similares às do ser humano”, disse.
Os modelos 3D de pele são usados como alternativa aos testes em animais, especialmente para cosméticos, mas, até agora, muitos não incluíam a hipoderme, camada crucial para a função da pele.
Agora, com a inclusão dessa camada, o modelo se aproxima ainda mais da estrutura real da pele humana.
“Esse novo modelo de pele 3D com a camada de hipoderme fornece uma plataforma in vitro mais precisa para a modelagem de doenças e estudos toxicológicos”, explicou Figueira.
Ela acrescentou que os resultados dos ensaios realizados pela equipe indicam que a hipoderme é essencial para regular a expressão de uma variedade de genes fundamentais para o funcionamento da pele, incluindo aqueles ligados à proteção e regeneração do tecido.
Pele diabética e novas soluções médicas
O próximo passo dos pesquisadores é criar um modelo de pele diabética, especialmente para estudar feridas que não cicatrizam, comuns em pessoas com diabetes.
O objetivo é desenvolver curativos mais eficazes e terapias para esses tipos de lesões crônicas.
Figueira afirmou que o objetivo da equipe é, após a produção do novo curativo, realizar testes tanto em modelos animais quanto em pele diabética humana, que será desenvolvida pelo grupo.