Por Michael Wing
No outono passado, uma equipe de paleontólogos concluiu a extração de dois ninhos de dinossauros que continham cerca de 30 ovos fossilizados de titanossauro, em Loarre, no norte de Espanha, quando deram continuidade a uma campanha anterior, que começou em 2020.
O projeto de recolha de fósseis foi dirigido pelo Grupo Aragosaurus-IUCA da Universidade de Saragoça e da portuguesa Universidade NOVA de Lisboa, com a participação de 25 paleontólogos e estudantes de instituições da Espanha, Portugal e Alemanha.
Este último trabalho de extração, realizado em setembro de 2021, incluiu a extração de um grande ninho, que continha pelo menos 12 ovos, conglomerados em um maciço rochoso que pesava mais de duas toneladas. Em 2020, o bloco foi protegido com celulose e gesso e reforçado com estrutura metálica para facilitar sua extração posteriormente.
Os ovos são esféricos e medem cerca de 15 centímetros de diâmetro, segundo a Universidade de Zaragoza. Encontram-se em ótimo estado de conservação e foram agrupados de uma maneira que sugere a possibilidade de vários ninhos. Incluindo esses 12, 30 ovos de dinossauros foram coletados ao longo da campanha; que de acordo com análises preliminares, provavelmente pertencia a um dinossauro saurópode titanossauro, um herbívoro quadrúpede que viveu há 66 milhões de anos durante o período Cretáceo, e que pode chegar a 20 metros de comprimento.
“No total, cinco pessoas dedicaram oito horas por dia durante 50 dias para escavar o ninho, que terminou de ser removido com a ajuda de uma escavadeira”, explicou o diretor da operação, Miguel Moreno-Azanz, da Universidade NOVA de Lisboa. Além deste último pedaço de rocha, 10 pedaços menores também foram extraídos em 2021.
Após removê-los do sítio de escavação, os fósseis foram transportados para um depósito temporário no município de Loarre, onde permanecerão até concluir-se a construção de um futuro Museu-Laboratório na cidade vizinha de Huesca, onde serão expostos, na primavera de 2022.
O museu terá duas salas de exposição e destacará a metodologia por trás da complexa campanha paleontológica; Os visitantes poderão observar ao vivo o trabalho dos pesquisadores com espécimes reais do sítio de Loarre, além de réplicas de ovos de dinossauros de outras partes do mundo.
“Espera-se que na próxima primavera o sítio abra suas portas aos visitantes, que poderão acompanhar em primeira pessoa o processo de preparação e estudo dos fósseis deste sítio”, afirmou Moreno-Azanza. “O museu tem duas salas de exposição onde a metodologia de uma complexa escavação paleontológica será explicada”.
O recinto servirá também como exposição satélite para o Museu de Ciências Naturais da Universidade de Saragoça. Foi doado pela Câmara Municipal de Loarre e financiado pelas câmaras municipais e administrações locais.
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