“Paciente Planeta Terra está em estado crítico”, diz relatório do Instituto Potsdam

Os cientistas analisaram nove índices vitais, classificando-os com cores que indicam a gravidade da situação.

Por Redação Epoch Times Brasil
25/09/2024 17:12 Atualizado: 25/09/2024 19:47

Um novo relatório do Instituto Potsdam de Pesquisa sobre Impacto Climático (em alemão: Potsdam-Institut für Klimafolgenforschung – PIK) apontam uma situação avaliada pelos autores como alarmante para o planeta: seis de nove índices críticos para a sobrevivência na Terra ultrapassaram os limites considerados seguros.

O PIK é uma organização sem fins lucrativos  financiado pelo governo federal alemão e por governos estaduais na Alemanha, entre outras fontes de receita.

O estudo, intitulado “Planetary Health Check” (Verificação de Saúde Planetária, em tradução livre), foi publicado na revista Science Advances e alega urgência de ações imediatas para evitar danos permanentes ao meio ambiente (consulte aqui a nota à imprensa do PIK divulgando o estudo). 

Os cientistas analisaram nove índices vitais, classificando-os com cores que indicam a gravidade da situação.

Os índices de Mudanças Climáticas, Mudanças na Integridade da Biosfera, Modificação de Fluxos Biogeoquímicos, e a Introdução de Novas Substâncias e Químicos Sintéticos estão na zona vermelha, ou seja, em “alto risco”.

Outros dois índices, Mudanças no Sistema Terrestre e Mudanças da Água Doce, estão em “risco em crescimento”, com um sétimo índice prestes a ser quebrado.

Johan Rockström é diretor do PIK e cofundador dos Planetary Guardians (Guardiões Planetários, em tradução literal), grupo de pesquisadores e ativistas criado pelo bilionário Richard Branson. O líder do PIK afirmou que a situação é grave.

“O diagnóstico geral é que o paciente, o Planeta Terra, está em estado crítico. Seis dos nove índices planetários foram transgredidos. Sete deles mostram uma tendência de pressão crescente, de modo que em breve veremos a maioria dos parâmetros do PHC na zona de alto risco”, comentou Rockström.

O relatório diz que, ao ultrapassar esses limites, a resiliência do sistema terrestre diminui. Isso aumentaria a probabilidade de cruzar pontos de inflexão, o que pode levar a consequências ruins.

Levke Caesar, outra cientista do PIK e colíder da Planetary Boundaries Science (PBScience) – Ciência dos Limites Planetários, em tradução livre, argumenta que o planeta precisa estar no foco central do ser humano. Ela também é uma das principais autoras do relatório Planetary Health Check.

“A mensagem é clara: ações locais impactam o planeta, e um planeta sob pressão pode impactar todos, em qualquer lugar. Garantir o bem-estar humano, o desenvolvimento econômico e sociedades estáveis requer uma abordagem onde a proteção do planeta ocupa o centro das atenções”, afirmou Caesar.

O relatório ainda propõe incorporar o conhecimento indígena nas soluções para a crise ambiental. Hindou Oumarou Ibrahim, presidente dos Planetary Guardians, destacou a importância das práticas sustentáveis que os povos indígenas mantêm há milênios.

“Com o Planetary Health Check, podemos começar a iluminar esse caminho, compartilhando também o profundo conhecimento dos povos indígenas quando se trata de identificar soluções. Podemos deixar um legado de um mundo ainda melhor para as futuras gerações prosperarem em parceria com a Terra”, declarou Ibrahim.

O Planetary Health Check não só quantifica a saúde do planeta, mas também propõe soluções para diminuir supostos impactos das atividades humanas sobre o planeta. O relatório será publicado anualmente, permitindo atualizações regulares, com o objetivo de informar e influenciar governos e empresários.