Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Pisar na maior planície de sal do mundo é como estar em um espelho gigante. Em um dia tranquilo da estação chuvosa da Bolívia, uma fina camada de água cobrindo o planalto do Salar de Uyuni o transforma em um vasto reflexo do céu. Quando isso acontece, pode ser quase impossível distinguir onde a terra termina e o céu começa.
Um dos lugares mais surreais da Terra, o Salar de Uyuni abrange uma vasta planície de sal que só serve para enfatizar a deslumbrante ilusão de ótica. Estendendo-se por 10.500 quilômetros quadrados da região do Altiplano, no sudoeste do país, fica a 3.600 metros acima do nível do mar, perto do topo da cordilheira dos Andes. A planície de sal é tão grande que 150 países diferentes poderiam caber nela, incluindo Jamaica, Catar e Bahamas.
A planície de sal é tão grande que 150 países diferentes poderiam caber nela, incluindo Jamaica, Catar e Bahamas (Shutterstock/Olga Gavrilova)
O Salar de Uyuni na Bolívia se estende por 10.500 quilômetros quadrados do Altiplano, no sudoeste da Bolívia (Shutterstock/Marco A. Huanca)
O Salar de Uyuni pode ser visto até do espaço. Neil Armstrong e Buzz Aldrin disseram que parecia uma imensa folha branca quando vista da lua. Embora não soubessem exatamente o que era o local, confundindo-o com uma geleira gigante, Armstrong prometeu que, ao voltar à Terra, visitaria o lugar. Cumprindo essa promessa, o famoso astronauta mais tarde se tornou um dos primeiros turistas a visitar o Salar de Uyuni e ficou impressionado com sua beleza.
Na região do Altiplano, o Salar de Uyuni foi formado quando lagos pré-históricos secaram, deixando para trás uma paisagem desértica com sal grosso em padrões hexagonais. Entre 30.000 e 42.000 anos atrás, a água das montanhas ao redor se acumulou ali. Como não havia saídas de drenagem, a imensa massa de terra foi preenchida pelo Lago Minchin.
Buzz Aldrin se tornou um dos primeiros turistas a visitar o Salar de Uyuni e ficou impressionado com sua beleza (Shutterstock/Olga Gavrilova)
A mineração de lítio — às vezes chamada de “ouro branco” — começou há alguns anos no Salar de Uyuni, já que esse mineral é essencial para alimentar dispositivos eletrônicos, como smartphones e carros elétricos (Shutterstock/Dmitry Burlakov)
Isso eventualmente se tornou o Lago Tauka e outros lagos pré-históricos. Com o tempo, a aridez e o aumento das temperaturas causaram a evaporação das águas. À medida que a umidade desaparecia, deixava para trás uma crosta espessa de sal.
Ainda hoje, a água sob a superfície continua a evaporar a uma taxa dez vezes maior que a precipitação, tornando o Salar de Uyuni uma fonte interminável de sal. Estima-se que o salar contenha impressionantes 10 bilhões de toneladas de sal, com cerca de 25.000 toneladas extraídas anualmente.
Sob a camada de sal crostada estão grandes reservatórios de salmoura rica em lítio. Parte do “triângulo do lítio” — que abrange regiões da Argentina, Bolívia e Chile — o Salar de Uyuni é a maior fonte de lítio do mundo, fornecendo 70% do suprimento da Terra.
A mineração de lítio — às vezes chamada de “ouro branco” — começou há alguns anos, já que esse mineral é essencial para alimentar dispositivos eletrônicos, como smartphones e carros elétricos. A primeira planta de mineração de lítio em escala industrial, de propriedade estatal, foi inaugurada em dezembro de 2023.
O Salar de Uyuni foi chamado de Oitava Maravilha do Mundo não oficial (Shutterstock/fogcatcher)Embora haja preocupações sobre o impacto da mina de lítio no limitado suprimento de água doce da região, os turistas continuam chegando, atraídos pela oportunidade de “andar nas nuvens”.
Equipado com um par de botas de borracha, o blogueiro de viagens Joel Friend expressou espanto ao atravessar o que foi chamado de Oitava Maravilha do Mundo não oficial: “Até onde você pode ver, é apenas um reflexo das nuvens”, disse ele. “Nunca vi nada assim antes.”
O período entre novembro e abril é o melhor momento para ver a ilusão de ótica da convergência do céu e da terra. Uma simetria reflexiva aparece milagrosamente porque uma camada de chuva amplifica o reflexo. Para experimentar essa paisagem surreal, muitos visitantes optam por se hospedar em um dos hoteis de sal locais, construídos inteiramente com blocos de sal.