Novo mapa infravermelho da Via Láctea revela segredos ocultos de nossa Galáxia

Por Redação Epoch Times Brasil
27/09/2024 00:43 Atualizado: 27/09/2024 00:43

Astrônomos divulgaram nesta quinta-feira (26) o mapa infravermelho mais detalhado já produzido da Via Láctea, com a catalogação de mais de 1,5 bilhão de objetos celestes

O projeto, que se estendeu por 13 anos e utilizou o telescópio VISTA, do Observatório Europeu do Sul (ESO), gerou um total impressionante de 500 terabytes de dados, tornando-se o maior esforço de observação já realizado pela instituição. 

O estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics e envolveu a captura de mais de 200 mil imagens.

Equipado com uma avançada câmera infravermelha, o mapa permitiu aos cientistas observar através das espessas camadas de poeira e gás que ocultam várias regiões da galáxia, revelando áreas anteriormente inacessíveis. 

Segundo Dante Minniti, astrofísico da Universidade Andrés Bello, no Chile, as descobertas foram tão significativas que “nossa compreensão da Via Láctea mudou para sempre”.

O projeto mapeou uma área do céu equivalente a 8.600 luas cheias e registrou cerca de 10 vezes mais objetos do que o mapa anterior, divulgado pela mesma equipe em 2012. 

Ao observar repetidamente as mesmas regiões do céu, os pesquisadores conseguiram rastrear a localização e o movimento dos corpos celestes, além de monitorar as variações em seu brilho.

Com a medição precisa da luminosidade, os astrônomos agora podem determinar com exatidão a distância de diversos objetos em relação à Terra. 

Essa precisão também se aplica a outros corpos celestes cuja distância era anteriormente incerta, oferecendo uma visão mais clara da distribuição dos astros na Via Láctea.

Entre as descobertas mais impressionantes estão as estrelas de hipervelocidade, que se movem a velocidades extremas após serem arremessadas das proximidades de um buraco negro supermassivo localizado no centro da galáxia. 

A Via Láctea, que abriga o Sistema Solar, contém entre 200 e 400 bilhões de estrelas e deve seu nome ao brilho esbranquiçado que forma no céu. Acredita-se que ela tenha se formado logo após o Big Bang, a partir de uma nuvem de hidrogênio, hélio e poeira cósmica.